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Criminosos usam inteligência artificial para criar falso vídeo com golpe do pix

O vídeo sugere que os seguidores participem de uma pirâmide virtual de Pix

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga mais um caso de golpe envolvendo inteligência artificial. Desta vez, os criminosos usaram a foto do perfil de uma rede social de uma mulher de 40 anos em um vídeo para promover uma pirâmide virtual de Pix.

Três contatos dela acabaram fazendo transferência de dinheiro. Nas imagens criadas por inteligência artificial, a empresária Gizele Mendes mexe a boca e até fala. O vídeo sugere que os seguidores participem de uma pirâmide virtual de Pix.

A imagem dela aparece confirmando que ganhou dinheiro com a plataforma.Os amigos acreditaram que ela havia realmente gravado o conteúdo e depositaram valores que variam entre R$ 300 e R$ 1 mil.

Gizele, moradora de Samambaia, conta que usa a rede social para divulgar principalmente os cardápios do seu restaurante. Até que em um determinado dia, ela tentou fazer o login pelo aplicativo mas não conseguiu.

“Não ligo muito para redes sociais. Uso minha página realmente mais para negócios. Então, como de costume, coloquei minha senha no aplicativo e foi aí que recebi a mensagem que a senha estava errada. Pensei que era algum erro do sistema e fui trabalhar normalmente. Mais tarde, recebi a ligação de uma amiga informando sobre o vídeo”, disse Gizele.

A amiga queria confirmar se a postagem realmente era verdadeira, pois Gizele nunca havia publicado um conteúdo parecido. A mensagem dizia que, caso a pessoa depositasse R$ 300, receberia R$ 1.500. Já quem optasse por desembolsar R$ 500, lucraria R$2,5 mil — assim por diante.

“Fiquei desesperada. Era meu rosto, era minha voz, era um vídeo meu. Mas eu nunca havia gravado nada parecido. A situação ficou ainda pior quando recebi ligações de conhecidos dizendo que haviam depositado. Quando disse que era golpe, eles ficaram arrasados”, disse a vítima.

A empresária, então, procurou um hacker para recuperar a conta e registrou boletim de ocorrência.

A polícia investiga os crimes de falsidade ideológica e estelionato. Até a noite de ontem (24), nenhum dos envolvidos havia sido identificado e as vítimas não recuperaram o dinheiro.