Crise infla ‘fé’ do brasileiro na loteria
O valor das apostas cresceu mais de 8% neste ano e deve superar R$ 18 bilhões, um recorde.
Jogar na loteria sempre foi parte da rotina de Wladson Violante, 53 anos. Mas, com as dificuldades financeiras na pandemia, a esperança de acertar os números sorteados também aumentou. Motorista e pintor, porque “a pandemia fez a gente fazer de tudo”, tem dívidas com multas de trânsito e hoje mora de favor com a mãe.
Violante é apenas um entre milhões que passaram a buscar as loterias como esperança de mudar de vida. O valor das apostas cresceu mais de 8% neste ano e deve superar R$ 18 bilhões, um recorde.
Com inovações tecnológicas e um cardápio maior de jogos, as loterias da Caixa Econômica Federal já vinham crescendo nos últimos anos, mas o ritmo se acelerou na medida em que as dificuldades financeiras cresceram. Na comparação com 2017, o valor nominal apostado subiu quase 30%.
“Obviamente, quando estamos com a economia caindo, renda abalada e (pessoas) recebendo auxílios do governo, há a esperança de conseguir algo melhor por meio da loteria”, diz o secretário de Avaliação, Planejamento e Loteria do Ministério da Economia, Gustavo Guimarães.
Ele diz, porém, que avanços tecnológicos, como a possibilidade de jogar pelo site e o uso do Pix para pagar as apostas também impulsionaram o resultado.
Com o aumento das apostas ao longo do ano, o governo espera que a Mega da Virada pague em 2021 um prêmio recorde, na casa de R$ 350 milhões. Violante vai deixar para fazer a aposta na véspera do concurso, no dia 31. Ele já faz planos para o prêmio. Após resolver as pendências com o Detran, quer investir em imóveis, para ter uma fonte de renda, e aplicar na poupança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.