Crise na CPI da Covid: Renan diz que está pronto para “aceitar o ponto de vista da maioria”
Presidente da CPI , senador Omar Aziz (PSD-AM), confirma divergências no grupo "G-7", mas acredita em consenso
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse na manhã desta segunda-feira que o texto do relatório final “não é uma peça do relator”, mas sim da maioria do colegiado. Integrantes do grupo majoritário “G7” divergem sobre a intenção do relator Renan Calheiros (MDB-AL) de enquadrar o presidente Jair Bolsonaro pelo crime de genocídio contra a população indígena durante a pandemia. A votação do relatório final foi adiada.
“Essa investigação é coletiva, parlamentar e não pode ser individualizada. Eu estou aberto para aceitar o debate e o ponto de vista da maioria da comissão”, afirmou Renan, ao chegar ao Senado, lamentando o vazamento do relatório. “O relatório vazou, eu lamento que tenha vazado, mas achei até bom o resultado porque antecipa publicamente um debate que era inevitável”.
Mais cedo, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que não está convencido do indiciamento do presidente Jair Bolsonaro como genocida. Segundo ele, sem a mudança do calendário de votação, o relatório não seria aprovado. No entanto, ele acredita que o grupo do “G-7” chegará a um concesso.
A resistência em relação ao relatório foi exposta durante reunião fechada entre os membros da comissão na sexta-feira. A ala contrária é composta pelos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Aziz comenta divergências com Renan sobre relatório da CPI
Aziz disse que soube do relatório pela imprensa. Indagado se o texto fosse votado amanhã seria aprovado, Aziz respondeu: “Pelo que eu li pela imprensa, não. (…) Há sim divergências, conversas entre nós, isso não tenha dúvida. Eu quero ser convencido pelo genocídio. E não pense que eu quero passar por cima de alguém. Tem aí várias tipificações e uma (tipificação) bem feita condena a pessoa da mesma forma”, disse Aziz, em entrevista à GloboNews.
O presidente da CPI informou que haverá uma reunião nesta quarta-feira à tarde para discussão do relatório. “No meu estado não houve genocídio de índios, não posso aqui porque quero fazer algo contra alguém. Temos que ter muito cuidado com o que vai aprovar, para que não caia no descrédito. Temos que chegar com relatório unificado”, disse Aziz.
Aziz afirmou também que Renan tinha conhecimento das divergências entre senadores do “G7” em relação a acusação contra Bolsonaro de genocídio.