Operação Lava Jato

Cunhada de Vaccari apresenta-se à Polícia Federal

Segundo a PF, Marice vai passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) e possivelmente será ouvida ainda nesta sexta-feira.

A cunhada do tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Neto, Marice Correia de Lima, apresentou-se à Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 14h de hoje (17). Segundo a PF, Marice vai passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) e possivelmente será ouvida ainda nesta sexta-feira.

Marice é uma das pessoas investigadas na Operação Lava Jato, que apura denúncias de desvio de dinheiro da Petrobras. Na última quarta-feira (15), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da operação, expediu mandado de prisão temporária contra ela, mas os policiais federais que participaram da décima segunda etapa da Lava Jato não a localizaram. Segundo o advogado de Marice, Cláudio Pimentel, ela estava no Panamá.

De acordo com o juiz, Marice recebeu dinheiro enviado pelo doleiro Alberto Youssef, a pedido de empreiteiras. Além disso, ela é suspeita de ter renda e patrimônio incompatíveis com seus ganhos. Segundo as investigações, em 2013, ela comprou um apartamento por R$ 200 mil, desistiu da compra e vendeu o imóvel para a OAS por R$ 400 mil. A Justiça suspeita de fraude na operação.

A defesa de Marice afirmou que não há irregularidade nas operações, que foram declaradas à Receita Federal. De acordo com os advogados, ela prestará todos os esclarecimentos aos investigadores.

Vaccari também foi preso na última quarta-feira (15). Suspeito de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o tesoureiro afastado do PT foi detido em sua casa, em São Paulo. Delatores disseram à Justiça que ele intermediou doações de propina em contratos com fornecedores da Petrobras.

Horas após ser detido, Vaccari pediu afastamento do cargo de tesoureiro do PT e a solicitação foi aceita pelo partido.

A defesa do tesoureiro afastado considerou injusta a prisão dele. Segundo o advogado Luiz Flávio D’urso, o decreto de prisão foi fundamentado em depoimentos de delatores, sem apresentação de provas.

“Vaccari repudia as referências feitas por criminosos delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade. Ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT, e todas as doações ocorreram por via bancária, com transparência, e com a devida prestação de contas às autoridades transparentes”, disse o advogado, por meio de nota.