Distribuição regional
A evolução da pandemia difere em regiões e estados. O boletim epidemiológico aponta que entre as semanas epidemiológicas 29 e 30 houve aumento de casos em 18 estados e de óbitos em 12. O cenário de estabilidade ocorreu, respectivamente, em 3 e 7 estados. Já a redução foi identificada em 6 Unidades da Federal (no quesito casos confirmados) e 8 (no quesito óbitos).
Acerca dos casos confirmados, os maiores incrementos se deram em Goiás (180%), Rondônia (146%) e Mato Grosso (102%). Já as maiores quedas ocorreram no Amapá (-32%) e Amazonas (-24%). Já nos óbitos, as elevações mais significativas foram notadas em Rondônia (80%), Amapá (53%) e Tocantins (41%). Já as reduções mais efetivas aconteceram no Acre (-32%) e no Amazonas (-24%).
“A gente apresenta os dados do país todo, mas é como se tivéssemos a pandemia se comportando de forma diferente em distintos locais. Estamos vivendo inverno onde tá mais propício a termos doenças respiratórias”, comentou Medeiros.
Segue o movimento de interiorização da pandemia, com 58% dos casos em localidades do interior e 42% nas regiões metropolitanas. Quando consideradas as mortes, aquelas ocorridas em metrópoles ainda são maioria (53%), mas aproximando-se das notificadas em cidades do interior (47%).
O secretário de Vigilância em Saúde atribui esse acréscimo à mudança na forma de diagnóstico (permitindo a análise clínica para além dos testes laboratoriais) e ao crescimento da testagem.
“É importante lembrarmos que estamos fazendo diagnóstico mais precoce da doença a medida que o Ministério disponibilizou orientações em que posso confirmar os casos que seja não apenas por testagem mas por diagnóstico clínico. O programa de testagem aumentou nas últimas semanas. Tudo isso associado contribui para que o número de casos [notificados] aumente”, declarou.
SRAG
As hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) totalizam 479.819 desde o início do ano, sendo 236.852 por covid-19, o equivalente a praticamente metade dos casos. Mas ainda há 82.617 internações em investigação.
Entre os hospitalizados, 50.6% tinham mais de 60 anos, 43% eram mulheres e 57% eram homens. No recorte por raça e cor, 31,3% eram pardos, 29,3% eram brancos, 4,6% eram negros, 1% era amarelo, 0,3% era indígenas, e 33,5% não informaram.
Já o perfil de mortes por SRAG muda. Entre as vítimas por covid-19 enquadradas nesta categoria, 72,1% tinham mais de 60 anos, 42% eram mulheres e 58% eram homens. No recorte por raça e cor, aumenta a proporção de pardos (35%), pretos (5%), amarelos (1,1%), indígenas (0,4%) e cai a proporção de brancos (26,6%), e 32% não informaram. Pelo menos 61,5% dos pacientes que faleceram apresentavam algum fator de risco.
Testes
Até a semana epidemiológica (SE) 30, foram distribuídos 5 milhões de testes laboratoriais (RT-PCR) e realizados 1,5 milhão na rede pública. Na rede privada, foram conduzidos 1,13 milhão de exames deste tipo, totalizando 2,67 milhões realizados.
A média desde o início da pandemia é de 69.608 testes por semana. Apesar da afirmação do secretário de Vigilância em Saúde de aumento da testagem, o boletim epidemiológico mostra uma estabilização a partir da SE 26, com oscilação e queda na SE 30. Em relação a esta última, os representantes do Ministério da Saúde argumentaram que ainda há dados a serem computados. Eles informaram que serão disponibilizados R$ 120 milhões para os laboratórios centrais (LaCens) para aquisição de equipamentos.