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Daniel Alves devolve valor emprestado pela família de Neymar para pagar indenização à vítima de estupro

Valor havia sido cedido pela família do atacante para pagamento junto à Justiça espanhola, com o então objetivo de argumentar pela redução da pena de Daniel

Foto: Reprodução CBF

Daniel Alves devolveu à família de Neymar os 150 mil euros emprestados ao jogador para pagar uma indenização à vítima do estupro cometido por ele no banheiro de uma boate espanhola, em dezembro de 2022, o que o levou à prisão e, em seguida, à condenação. A informação foi divulgada pela CNN. O montante havia sido cedido pelo staff de Neymar para ajudar Daniel Alves, que, enquanto esteve preso, estava sem acesso aos seus bens.

Esses 150 mil euros foram doados a Daniel Alves pelo amigo de longa data, Neymar, e parentes do camisa 10 da seleção. Neymar da Silva Santos, o pai do atacante do Al-Hilal, da Arábia Saudita, transferiu dinheiro para auxiliar o ex-lateral do Barcelona e da seleção brasileira, conforme revelou o Uol em janeiro. A informação foi confirmada por Neymar Pai, pouco depois da publicação da reportagem.

Sem acesso aos seus bens desde que havia sido preso, Daniel Alves recorreu à ajuda financeira e jurídica de Neymar e família. O valor cedido pela família do atacante foi utilizado para depositar os 150 mil euros à Justiça espanhola, com o objetivo de argumentar pela redução da pena de Daniel, em caso de condenação.

Em conversa com o ex-jogador Emerson Sheik, Neymar Pai chamou a remessa a Daniel Alves de “ajuda a um amigo”. Ele disse que preferiu “ter o peso de acreditar em um amigo do que virar as costas para alguém”.

— A família nos pediu ajuda. O Daniel não tinha dinheiro para se defender, e o prazo para o pagamento da defesa estava expirando. Pense bem, em nenhum momento, eu podia negar ajuda a um amigo que está tentando se defender de uma acusação — ressaltou Neymar Pai.

Qual foi a sentença de Daniel Alves?

O tribunal de Barcelona responsável pelo caso considerou ter ficado comprovado que a vítima não consentiu com a relação sexual.

Na avaliação do colegiado de juízes, porém, o depósito dos 150 mil euros “manifesta desejo de reparação”. A Justiça descartou que Alves tenha cometido os fatos em estado de embriaguez, o que a defesa alegava como circunstância atenuante para uma eventual condenação, com base na lei espanhola.

O tribunal considerou provado que “o arguido agarrou abruptamente a denunciante, atirou-a ao chão e, impedindo-a de se mexer, penetrou-a pela vagina, apesar de a denunciante ter dito que não, que queria ir embora”. O colegiado de juízes destacou ainda que “isto obedece ao tipo de ausência de consentimento, ao uso da violência e ao acesso carnal”.

Qual foi a pena de Daniel Alves?

Daniel Alves foi condenado a 4 anos e meio de prisão por estuprar uma mulher de 23 anos no banheiro de uma boate espanhola, em dezembro de 2022.

O que foi pedido pelo Ministério Público espanhol?

O Ministério Público espanhol pedia a condenação do atleta a 9 anos de prisão. Já a vítima, por meio de sua equipe jurídica, solicitou pena máxima para o delito, de 12 anos. A defesa do jogador pedia a absolvição dele, mas também tentou demonstrar em juízo que ele estava embriagado na hora do fato, o que poderia levar à redução da pena, caso se ele fosse considerado culpado.

Daniel Alves compareceu a um tribunal de Barcelona. Todas as partes envolvidas no processo foram intimadas a comparecer à sessão.

O jogador aguardava preso a sentença do caso desde o começo do mês, quando foi concluído o julgamento. De acordo com a mídia espanhola, a expectativa era que o tribunal, presidido pela juíza Isabel Delgado, avaliasse a situação prisional de Dani Alves e decidisse se o mantém recluso. No entanto, também foi especulado que a Corte tivesse antecipado a leitura da sentença do atleta

Além do réu, foram convocadas a promotora Elisabet Jiménez; a advogada da vítima, Ester García; e a advogada do acusado, Inés Guardiola.

A prisão de Daniel Alves

Um companheiro de cela do jogador revelou que o jogador passa o tempo na prisão realizando tarefas de limpeza e manutenção do local. A declaração foi divulgada pela repórter Silvia Álamo no programa Fiesta, da rede de televisão espanhola Telecinco.

Na exibição, o detento afirmou que Daniel tenta se manter ocupado no Centro Penitenciário Brians 2 — para não pensar muito nisso [na sentença do caso] — alegou. Por isso, o atleta estaria realizando a faxina das instalações da prisão para ficar o mais ocupado possível. — Ele limpa as janelas, as mesas do refeitório, está varrendo, esfregando os banheiros dos módulos. Ele mesmo pediu — informou o preso a jornalista.

Daniel Alves ocupava uma cela individual

Daniel ocupava uma cela individual. No entanto, de acordo com o jornal “El Periódico”, o módulo não se devia a nenhum privilégio, mas, sim, às obrigações com as tarefas de limpeza. Os presos encarregados dessa função ocupam esse tipo de cárcere para não incomodar os demais companheiros por terem que se levantar mais cedo para realizar o trabalho.

No resto do seu tempo no presídio, o jogador passava realizando atividades físicas, conforme detalhou o jornal. Em março de 2023, o periódico La Vanguardia publicou que o próprio Daniel Alves seria o responsável por organizar partidas de futebol no local e que os pedidos de roupas esportivas realizados por detentos do presídio teria quadruplicado desde a sua chegada.

Protocolo para evitar que ex-jogador tire a própria vida após julgamento

A TV espanhola Telecinco também noticiou que o presídio acionou um protocolo antissuicídio para o jogador após apresentar um estado “deprimido e desanimado”. Daniel teria ficado assim depois do julgamento por estupro.

A jornalista Silvia Álamo, revelou que os funcionários e detentos da prisão ficaram preocupados com a possibilidade do jogador tentar tirar a própria vida. O protocolo consistia em monitoramento constante, restrição da liberdade de movimento e controlar o acesso a objetos perigosos, a fim de evitar que Daniel pudesse se machucar na sua cela ou até tentar tirar a própria vida.

Planejamento de fuga para o Brasil

Além disso, o jornal ainda afirmou que um colega de cela do atleta o acusou de planejar uma fuga para o Brasil e que o plano seria executado caso a Justiça da Espanha concedesse liberdade provisória ao detento. No entanto, o pedido foi negado quatro vezes.

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*VIA EXTRA