Datafolha: apoio à democracia atinge recorde no Brasil às portas do 2º turno
Instituto mostra que 79% apoiam a democracia e 5% defendem a ditadura em algumas circunstâncias
O apoio da população brasileira à democracia atingiu um recorde de 79% a 10 dias do segundo turno das eleições entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). É o maior índice registrado pelo Datafolha desde o início da série histórica, em 1989.
Já o apoio à ditadura, por outro lado, é o menor já registrado. Segundo o instituto, 5% responderam que, em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático.
Outros 11% declaram que tanto faz entre ditadura e democracia.
Os recordes anteriores, quando o índice de quem declara que a democracia é sempre a melhor forma de governo chegou a 75%, foram registrados em junho de 2020 e agosto de 2022.
Entre quem declara voto em Lula no segundo turno, 78% veem a democracia como melhor forma de governo, 3% defendem que a ditadura é melhor em certas circunstâncias e 13% declaram que tanto faz.
Para os eleitores de Bolsonaro, o apoio à ditadura alcança 7%, enquanto 80% declaram apoio à democracia e 9% afirmam que tanto faz.
No grupo de jovens de 16 a 24 anos, 81% apoiam a democracia e 6% defendem a ditadura em certas circunstâncias. Para os maiores de 60 anos, os índices são 73% e 4% respectivamente.
Apoio à democracia conforme escolaridade
O apoio à democracia aumenta conforme a renda e a escolarização do entrevistado. Entre quem cursou o ensino fundamental, 62% veem a democracia como sempre melhor e 6% dão brechas para a ditadura. No grupo que cursou ensino superior, as taxas são de 92% e 4%.
Entre quem recebe até 2 salários-mínimos, 72% afirmam que a democracia é a melhor forma de governo, enquanto 5% admitem a ditadura. Para quem recebe até 10 salários-mínimos, 93% são pró-democracia e 4% dizem que a ditadura é melhor em certas ocasiões.
A pesquisa divulgada nesta quarta (19) mostra Lula com 49% e Bolsonaro com 45% das intenções de voto.
A defesa da democracia, segundo o Datafolha, vem crescendo ao longo do governo Bolsonaro. O presidente que coleciona ameaças golpistas e já defendeu a ditadura militar (1964-1985) em diferentes ocasiões.
Os alvos de Bolsonaro são o sistema de votação eletrônico e os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Ao votar no dia 2 de outubro, no primeiro turno, Bolsonaro não respondeu se aceitaria os resultados das eleições. “Com eleições limpas, sem problema nenhum, que vença o melhor”, disse, antes de votar.
A nova pesquisa Datafolha, contratada pela Folha e pela TV Globo, ouviu 2.912 pessoas, de segunda-feira (17) a esta quarta, em 181 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-07340/2022.