Datafolha: Jovens minimizam sexo e casamento e valorizam saúde e família
Pesquisa analisou quais os temais mais e menos importantes para a faixa de 15 a 29 anos no país
O jovem brasileiro quer saúde e família — e não quer sexo e casamento. Uma nova pesquisa Datafolha que mapeou essa parcela da população apontou que enquanto os dois primeiros temas são os mais importantes para o grupo, os outros dois estão no fim da lista dos assuntos prioritários.
Para o levantamento, foram realizadas mil entrevistas com pessoas entre 15 e 29 anos entre os dias 20 e 21 de julho em 12 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Brasília, Manaus e Belém).
O instituto apresentou para esse grupo uma lista de 11 itens e pediu aos entrevistados que dissessem o grau de importância de cada um. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
Segundo o levantamento, 87% dos jovens brasileiros classificam a saúde como muito importante, enquanto 13% afirma que ela é importante. Já a família aparece em segundo lugar, considerada muito importante para 81%, importante para 15%, mais ou menos importante para 2% e pouco importante para 1%.
Em seguida na lista aparecem em ordem estudo, trabalho, lazer, dinheiro, amigos e religião. Nas últimas posições estão sexo, beleza e casamento.
Último colocado no ranking, o matrimônio é visto como muito importante para 22%, importante para 28%, mais ou menos importante para 19%, um pouco importante para 17% e nada importante para 14%. Entre as mulheres, a parcela que considera casamento nada importante é maior que para homens: 17% para elas versus 11% para eles.
Jairo Bouer, psiquiatra e especialista em sexualidade, diz que saúde não costuma aparecer na lista de prioridades da faixa etária analisada. Para ele, o resultado pode indicar um aumento da preocupação com prevenção, principalmente após a pandemia de Covid-19.
“Essa idade foi uma das mais impactadas, principalmente os adolescentes. Não me parece estranho que algumas prioridades de outras faixas de idade tenham sido incorporadas por eles”, diz.
O sexo nas últimas posições vai ao encontro de pesquisas feitas nos Estados Unidos e no Japão que também apontam a falta de interesse dos jovens pelo assunto.