De família de elite de Manaus, irmãs são nomeadas na Saúde nesta semana e já recebem vacina
As irmãs Gabrielle e Isabelle Kirk Lins, membros da família do empresário de Manaus Nilton…
As irmãs Gabrielle e Isabelle Kirk Lins, membros da família do empresário de Manaus Nilton da Costa Lins Júnior, se vacinaram contra a Covid-19, nesta quarta-feira (20). O caso gerou revolta entre médicos e enfermeiros da linha de frente do combate à pandemia, bem como da população, uma vez que elas foram nomeadas para cargos na Saúde da prefeitura, nesta semana.
Destaca-se que Nilton da Costa Lins Júnior é presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins, uma das maiores de Manaus. As irmãs gêmeas, membros de família de elite, são recém-formadas em medicina e foram foram nomeadas pela prefeitura para cargos na Saúde, assim que a imunização começou em Manaus: Gabrielle, na segunda (18); e Isabelle, na terça-feira (19).
As duas ainda fizeram questão de divulgar no Instagram o feito. “Vacinada SIM!”, disse uma delas. “Que emoção”, completou a outra.
Após críticas no Facebook, Gabrielle chegou a escrever: “Realmente eu sou médica, sim, formada em maio de 2020, durante o primeiro pico da pandemia. Desde a semana passada fui convidada pra atuar na atenção primeira ao COVID, na nova UBS da prefeitura. E hoje durante meu plantão fui convidada a me vacinar juntamente com os demais médicos e enfermeiros das unidades. Realmente não propague fake news, isso é triste!”
Notas
Em nota, o governo do Amazonas disse que não é responsável pela aplicação da vacina, somente pelo recebimento. “A aplicação é de responsabilidade das Secretarias Municipais de Saúde e obedece aos critérios de prioridade definidos pelo Ministério da Saúde.”
Já a prefeitura de Manaus declarou que: “Sobre o caso das médicas Gabrielle Kirk Lins e Isabbele Kirk Lins, vacinadas neste primeiro dia de imunização, não há nenhuma irregularidade, uma vez que se encontram nomeadas e atuando legitimamente no plantão da unidade de saúde, para a qual foram designadas, em razão da urgência e exceção sanitárias, estabelecidas nos primeiros 15 dias da nova gestão.”
Confira o texto da prefeitura de Manaus na íntegra:
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou na tarde desta terça-feira, 19, a vacinação dos profissionais de saúde da rede pública da cidade. A equipe de imunização da Semsa iniciou os trabalhos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com atendimento exclusivo para casos suspeitos de Covid-19.
Com o baixo volume de doses de vacinas contra a Covid-19 repassado pelo governo do Estado à Prefeitura de Manaus – apenas 40.072 das 282 mil recebidas do Ministério da Saúde, na última segunda-feira, 18 -, o Executivo municipal precisou rever o plano de vacinação.
Do total de doses recebido, a prefeitura reservou 12,2% delas para os profissionais da rede municipal, que estão atuando no enfrentamento à Covid-19.
Com o baixo volume de vacinas, a Semsa solicitou ao Estado a lista de prioridades das suas unidades de média e alta complexidades. No entanto, o documento final só foi enviado por volta das 15h30.
Seguindo a programação, com escolta, a equipe de imunização saiu, às 14h, do complexo oeste da divisão do Programa Nacional Imunização municipal, no bairro da Paz, onde está localizada a rede de frio municipal, onde são armazenadas todas as vacinas.
Com a lista de prioridades da rede de saúde do Estado, a Semsa começa nesta quarta-feira, 20, a vacinação dos profissionais da saúde dos hospitais, prontos-socorros, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) escolhidos pelo governo.
Sobre o caso das médicas Gabrielle Kirk Lins e Isabbele Kirk Lins, vacinadas neste primeiro dia de imunização, não há nenhuma irregularidade, uma vez que se encontram nomeadas e atuando legitimamente no plantão da unidade de saúde, para a qual foram designadas, em razão da urgência e exceção sanitárias, estabelecidas nos primeiros 15 dias da nova gestão.
Situação
Na última semana, a saúde em Manaus entrou em colapso por conta da falta de oxigênio hospitalar na cidade do Amazonas, motivada pela explosão de casos da doença. O estoque de acabou na quinta-feira passada (14) e vários pacientes morreram por asfixia, segundo relatos médicos. O ocorrido motivou o governo federal a anunciar a transferência de pacientes para outros Estados – inclusive Goiás.
As informações são da Veja.