O último debate entre os presidenciáveis antes do primeiro turno dessas eleições, realizado na noite de hoje na Rede Globo, foi aberto com a pergunta sobre os escândalos na Petrobras. Por sorteio, a candidata do PSOL, Luciana Genro, foi a primeira a perguntar e escolheu a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, para indagar se os escândalos da Petrobras eram resultado da aliança que o Partido dos Trabalhadores havia feito com os partidos de direita. “Se depender de mim este debate será propositivo, quero discutir propostas, propus medidas concretas contra corrupção, propostas que transformam caixa 2 em crime eleitoral”, rebateu.
Depois da defesa de sua gestão na área de combate à corrupção, Dilma falou que demitiu o diretor da estatal que está envolvido no escândalo. “Autorizei ampla e total abertura para investigações no caso da Petrobras”, disse a petista. Na réplica Luciana Genro voltou a criticar as alianças do PT com os partidos de direita. “As alianças com a direita levaram ao mensalão”, frisou. E, na tréplica, Dilma disse: “Não acho que alianças definem corruptos.” E disse não acreditar que tenha alguém acima da corrupção, algo que todo mundo pode cometer. “Instituições têm de ser virtuosas e estar acima da corrupção.”
A segunda pergunta foi feita pelo Pastor Everaldo (PSC) ao candidato do PSDB, Aécio Neves, sobre o suposto uso político dos Correios em favor da campanha petista. Na resposta, o tucano disse: “É vergonhoso o que vem acontecendo no governo, a Petrobras deixou as páginas de economia para as páginas policiais, os Correios, centenário, está a serviço da candidatura do PT em Minas Gerais, quem disse isso foi uma liderança do Partido dos Trabalhadores. Boa parte da correspondência enviada por nós não chegou aos destinatários.” E atacou a adversária do PT: “Dilma disse que demitiu o diretor Paulo Roberto da Costa, mas a ata da Petrobras disse que ele renunciou. Além disso, ele recebeu elogios por sua atuação. Este senhor está sendo obrigado a devolver R$ 70 milhões roubados da Petrobrás.”
Na réplica, Pastor Everaldo disse que os Correios estão processando sua candidatura porque ele denunciou esses escândalos da estatal. “Estão tentando calar a boca de quem diz a verdade, basta dessa corrupção”, emendou. Aécio, na tréplica, disse que encontrou essa indignação em todo o Brasil, de pessoas que não aguentam mais ver o Estado brasileiro a serviço de um projeto de poder. “É este vale tudo”, disse, citando inclusive os ataques da campanha do PT a Marina Silva, sua adversária do PSB.
Depois dessa resposta, Aécio perguntou a Marina Silva onde estava a nova política que ela prega, se a coligação dela entrou na justiça para tirar sua propaganda do ar, simplesmente porque ele disse que ela foi dos quadros do PT por 24 anos. Na resposta a pessebista disse que a nova política está na postura de quem, mesmo num partido, nunca se rendeu ao ilícito. E criticou o adversário, dizendo que ele permaneceu no PSDB mesmo depois do mensalão mineiro e depois da votação da emenda de reeleição, no governo de Fernando Henrique Cardoso, que no seu entender foi onde se originou a prática do mensalão.
Aécio rebateu, dizendo que ela diz que pretende governar com os bons, mas quando foi ministra do governo Lula (da pasta do Meio Ambiente) nomeou pessoas que foram derrotadas nas urnas. “Pela primeira vez na história deste País você (Aécio) se uniu com o PT para me atacar”, reclamou Marina.