CORREGEDORIA

Defensoria pede apuração de abordagem da GCM que obrigou torcedores do Vila Nova a cantarem músicas do Goiás

A Defensoria Pública, por meio do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), pediu à Corregedoria…

A Defensoria Pública, por meio do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), pediu à Corregedoria da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Goiânia que instaure apuração administrativa sobre a conduta de agentes que obrigaram torcedores do Vila Nova Futebol Clube a cantarem músicas do rival, Goiás Esporte Clube. O caso ocorreu na madrugada da última sexta-feira (14), na Av. Anhanguera, no Setor Leste Vila Nova, na capital.

Segundo o pedido, assinado pelo defensor público Marco Túlio Felix Rosa, há indícios de uma possível abordagem vexatória contra o grupo de torcedores, filmada e divulgada nas redes sociais.

“Desse modo, à luz dessas informações aduzidas, atentando para a gravidade e possível conduta em desacordo com o POP, visando, ainda, o cumprimento das prerrogativas conferidas à Defensoria Pública para o exercício de suas funções institucionais, requisita-se a instauração de procedimento administrativo para verificação da conduta dos policiais envolvidos ou acompanhamento de procedimento já instaurado”, solicitou o defensor público.

Relembre

O caso ocorreu na madrugada de sexta-feira (14), após a partida entre Vila Nova x Cruzeiro, em Goiânia.

Nas imagens que estão circulando nas redes sociais é possível ver pouco mais de 20 homens, com as mãos atrás da nuca e cantando as músicas, enquanto quem filma cobra para que façam melhor.

“De novo, ficou ruim […], você não gritou Goiás, se não ficar bom, não vai parar”, disse um agente não identificado no vídeo.

O que diz a GCM

Em nota, a GCM disse que recebeu denúncia de vandalismo de torcedores vilanovenses a um ônibus do Eixo Anhanguera. Segundo o texto, cerca de 70 torcedores fizeram o motorista parar o ônibus fora da plataforma, forçando a entrada de forma violenta.

“Duas viaturas da GCM intervieram e foram hostilizadas pelos torcedores de forma violenta. Jogaram pedras e garrafas de bebidas alcoólicas nas viaturas e servidores da GCM. Solicitou-se reforço de mais duas viaturas da GCM e de mais quatro viaturas da Polícia Militar para evitar maiores problemas, fazendo o uso de abordagens aos indivíduos”, diz a nota.

A Guarda Civil diz, ainda, que, juntamente com a PM, identificou torcedores com várias passagens pela polícia nos artigos 157 (roubo), 33 (tráfico de drogas) e 288 (formação de quadrilha) do Código Penal. “Após restabelecimento da ordem e da paz social, os torcedores foram liberados no local”.

Por fim, ressaltou que o comando da GCM não compactua com nenhuma forma de abuso de autoridade e informou que pediu a instauração de procedimento interno para averiguar o caso por meio da corregedoria.

Nota na íntegra:

A propósito de solicitação deste veículo de comunicação, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) informa o que se segue:

– GCM e Polícia Militar realizaram ação conjunta para garantir a segurança nas proximidades do estádio do Vila Nova, na noite de sexta-feira (14/10). Foi quando ocorreram os seguintes fatos:

– A GCM recebeu uma denúncia de vandalismo de torcedores da torcida do Vila Nova a um ônibus do Eixo Anhanguera, em uma plataforma abaixo do viaduto da BR 153.

– Cerca de 70 torcedores fizeram o motorista parar o ônibus fora da plataforma, forçando a entrada de forma violenta.

– Duas viaturas da GCM intervieram e foram hostilizadas pelos torcedores de forma violenta. Jogaram pedras e garrafas de bebidas alcoólicas nas viaturas e servidores da GCM. Solicitou-se reforço de mais duas viaturas da GCM e de mais quatro viaturas da Polícia Militar para evitar maiores problemas, fazendo o uso de abordagens aos indivíduos.

– As forças de segurança identificaram torcedores com várias passagens pela polícia nos artigos 157 (roubo), 33 (tráfico de drogas) e 288 (formação de quadrilha) do Código Penal.

– Após restabelecimento da ordem e da paz social, os torcedores foram liberados no local.

– O comando da GCM não compactua com nenhuma forma de abuso de autoridade e pediu a instauração de procedimento interno para averiguar o caso por meio da corregedoria.