Defesa diz que provas do caso de Valério Luiz eram manipuláveis
Com Francisco Costa Advogado de Maurício Sampaio, Ricardo Naves diz que teve certeza da inocência…
Com Francisco Costa
Advogado de Maurício Sampaio, Ricardo Naves diz que teve certeza da inocência de Ademá Figueiredo, acusado de ser o executor de Valério Luiz, pela extensão do dano. Entre outras coisas, ele afirma que as provas relacionadas a ligações telefônicas foram entregues em Excel, documento que pode ser alterado.
A promotoria, então, pediu para constar nos autos que o advogado sugeriu que polícia manipulou provas, ou seja, imputou falsamente crime aos agentes. “Estou dizendo que não há segurança nenhuma”, rebateu Naves após discussões.
O advogado também alegou que delegada que apurou o caso tinha relação próxima com o Manoel de Oliveira e Valério Filho, dando a entender que ela foi parcial durante a investigação. Para provar isso, mostrou uma foto dela abraçada com os dois.
Naves ainda chamou Ademá Figueiredo ao centro para perguntar a jurados se ele é moreno escuro. Segundo ele, testemunha falou que era a cor do motociclista que fez disparos.
“Colocaram Figueredo precipitadamente como executor, que efetuou os disparos. Ele aparece lá e leva um pendrive, a delegada fala assim: “Não, isso aqui é editado”. Demorou, mas fez a perícia. Não se constatou nada, nenhuma manipulação de imagem”, diz defesa.
Uma discussão entre o advogado e o promotor começou em plenário. “Não tumultua não”, diz Ricardo Naves a promotor.
Defesa já havia pedido ao júri que desconsiderasse influência da imprensa
Ricardo Naves iniciou a fala da defesa ao júri (debates), por volta das 13h10 desta quarta-feira (9). Ao conselho de sentença, ele afirmou que eles precisam se desvencilhar de toda a influência de mais de 10 anos, especialmente da mídia, da imprensa, pois nenhum jornalista com quem ele falou leu “uma linha” do processo.
Ainda segundo ele, este julgamento tem um significado profundo, de muita responsabilidade. Para ele, o tempo foi curto em relação ao volume do processo. “[Mas] O conselho de sentença tem instrumento para inibir qualquer manobra.”
Ao todo, cinco são os acusados pela morte do radialista Valério Luiz: Maurício Sampaio, Ademá Figueiredo Aguiar Filho, Urbano de Carvalho Malta, Djalma Gomes da Silva e Marcus Vinícius Pereira Xavier. Ele foi morto a tiros em 5 de julho de 2012.
O crime teria ocorrido por críticas constantes do jornalista à diretoria do Atlético Goianiense. Sampaio, que era vice-presidente, é acusado de ser o mandante. Ademá seria o executor, conforme a denúncia.