Caso Valério: delegado detalha papel de cada um dos réus no crime
Função de Urbano, conforme o delegado, era ficar de "olheiro" próximo à rádio em que Valério trabalhava e avisar quando a vítima saísse do local
No júri do caso Valério Luiz, retomado às 13h50 desta segunda (7), o delegado Hellynton Carvalho detalhou o que ele acredita ser o papel de cada um dos réus no assassinato do jornalista (ocorrido em 5 de julho de 2012).
Hellynton declarou que o réu Marcos Vinícius disse que foi cooptado por Urbano De Carvalho e Djalma Gomes para assustar o amante da esposa do patrão. Este empregador, segundo ele, seria Maurício Sampaio.
O policial civil responsável pela investigação informou que a participação de Marcos seria guardar a arma de fogo e emprestar a motocicleta, capacete e camiseta (ao cabo Ademá Figueiredo, que seria o executor). “Na sequência ele recebeu de volta os objetos que emprestou ao atirador [no açougue dele].”
Já a função de Urbano, conforme o delegado, era ficar de “olheiro” próximo à rádio em que Valério trabalhava e avisar quando a vítima saísse do local. Ele morava perto ao veículo de comunicação. Já o açougue de Marcos ficava a cerca de 2km do local do crime.
Além disso, dois telefones foram habilitados por Urbano em nome de uma mulher para planejar o crime. Tiveram três ligações entre esses. Uma das ligações – o terceiro contato – durou 10 segundos. Seria o sinal de Urbano que a vítima deixava a rádio. A polícia verificou que os aparelhos circularam entre as proximidades do açougue e da rádio.
Urbano chegou a negar que conhecia Marcos. Vinícius, porém, disse que tanto ele quanto Djalma sempre iam ao açougue dele. A quebra de sigilo telefônico também revelou que eles se conheciam. “Provas técnicas que demonstram que se conheciam.”
O delegado também informou que um bilhete com os dizeres “isso é para aprender a não mexer com mulher casada” seria colocado no local para confundir a polícia, mas o mesmo foi esquecido no açougue de Marcos.
Ao todo, cinco são os acusados pela morte do radialista Valério Luiz: Maurício Sampaio, Ademá Figueiredo Aguiar Filho, Urbano de Carvalho Malta, Djalma Gomes da Silva e Marcus Vinícius Pereira Xavier. Ele foi morto a tiros em 5 de julho de 2012.
O crime teria ocorrido por críticas constantes do jornalista à diretoria do Atlético Goianiense. Sampaio, que era vice-presidente, é acusado de ser o mandante. Ademá seria o executor, conforme a denúncia.
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