“Democracia e processo eleitoral perdem com a ausência de Iris nos debates e sabatinas”, diz Luiz Signates
Pesquisador afirma que a opção do candidato em não participar de discussões eleitorais em rádios e canais de TV não contribui para o processo democrático
A ausência do líder nas pesquisas eleitorais divulgadas em Goiânia até o momento, o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), é, para o pesquisador e professor Luiz Signates, um sinal de que o candidato quer se preservar de ataques, mas que empobrece a disputa. “O Iris é um político das antigas, da qual faz parte a prática estar na frente das pesquisas e não ir a debates e sabatinas para não virar a vitrine de possíveis ataques.”
Desde o início da campanha em Goiânia, quatro debates foram realizados. Iris optou por não participar de nenhum deles. Na manhã desta segunda-feira (5), a Rádio 820 AM e o Mais Goiás encerrariam a rodada de sabatinas com os candidatos justamente com a participação do peemedebista, mas ele cancelou a sua ida ao programa.
“Porém, em virtude de uma agenda diária de gravação do programa eleitoral de rádio e televisão, o candidato não poderá comparecer à sabatina promovida pelos dois veículos na segunda-feira, 5, com duração prevista de 2 horas e 30 minutos mais deslocamentos. Essa decisão foi tomada pela coordenação da campanha”, informa a nota da campanha de Iris.
De acordo com Signates, a tática pode ser interpretada como de único objetivo: eleitoral. “Em uma campanha pobre em recursos financeiros com a deste ano, quando você tem um debate, por exemplo, e o candidato que é o favorito não vai isso em nada contribui para a discussão das propostas ou ao processo”, analisa.
Para ele, em uma disputa eleitoral em que as campanhas estão completamente sem dinheiro e o veículo mais direto para que um candidato tenha contato com o eleitor e apresente as suas propostas, com a discussão com outros concorrentes, se dá nos debates. “Essa escolha por não participar atrapalha inclusive o Iris a fazer suas ideias chegarem ao eleitor.”
Signates diz que, para se preservar de uma possível queda nas intenções de votos e não correr o risco de perder a eleição para prefeito em Goiânia, Iris tem se mantido longe dos ataques diretos dos adversários. “Ele é a personalidade principal desses debates e sabatinas, quando ele não vai a discussão perde a sua importância”, afirma.
Campanha parada
O pesquisador relata que nunca acompanhou uma eleição tão sem graça e sem ações de rua como a deste ano na capital. “Talvez esse seja o pior processo eleitoral que eu tenha acompanhado desde a redemocratização com o fim do governo federal de João Figueiredo (1979-1985)”, sentencia.
Signates lembra que, antes da eleição de 2016, entre junho e julho a discussão sobre as eleições já estava acalorada, com muitas conversas sobre a qualidade ou a falta dela em determinados candidatos. “Essa zona de sombra que virou a campanha eleitoral se dá muito pela legislação muito rigorosa, que inibe tanto as campanhas que tende a reforçar o desinteresse da população no processo político”, avalia.
Para ele, o Ministério Público e a Justiça deveriam focar suas forças de trabalho no combate ao caixa dois de campanha e aos crimes financeiros cometidos no processo eleitoral, não em enfraquecer o que antes era conhecido como “festa da democracia”, como ficaram conhecidas as eleições no Brasil.
Eventos esportivos
Eventos como Olimpíadas e Paralimpíadas, para Signates, são pontuais e logo que acabam as pessoas voltam a falar sobre outras coisas. “As discussões na internet são em torno do impeachment e das manifestações que estão acontecendo. Eu ainda não fui abordado por um candidato sequer a vereador em Goiânia fazendo campanha de rua esse ano”, destaca.
De acordo com Signates, a tendência é que esse modelo de campanha eleitoral, com falta de recurso financeiro e pouca oportunidade de o eleitor conhecer seus candidatos e propostas, faça com que os nomes mais conhecidos se elejam. “O eleitor vai acabar tendendo a votar em quem ele já conhece”, pontua.
Leia a nota completa da campanha de Iris Rezende
O candidato a prefeito da Coligação Experiência e Confiança, Iris Rezende, tem enorme apreço pelo trabalho desempenhado pela imprensa da capital. De forma particular, reconhece a importância do jornalismo praticado pela Rádio Bandeirantes 820 AM e pelo Portal Mais Goiás, veículos que desfrutam de prestígio na sociedade.
Porém, em virtude de uma agenda diária de gravação do programa eleitoral de rádio e televisão, o candidato não poderá comparecer à sabatina promovida pelos dois veículos na segunda-feira, 5, com duração prevista de 2 horas e 30 minutos mais deslocamentos. Essa decisão foi tomada pela coordenação da campanha.
Iris segue atendendo diariamente as solicitações da imprensa para entrevistas e sabatinas, de acordo com as possibilidades de sua extensa agenda de campanha.
Coordenação da Coligação Experiência e Confiança
Vice-prefeito Agenor Mariano
Deputado Bruno Peixoto
Deputado José Nelto