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Depois de quase secar por causa da longa estiagem, o Rio Piracicaba atingiu nesta quarta-feira (24) vazão de 356,8 metros cúbicos por segundo, a maior do ano.
As águas cobriram totalmente as pedras que estavam à mostra na passagem pela área urbana e despencavam com estrondo no salto de Piracicaba, a principal atração da cidade, voltando a formar o famoso “véu da noiva” com as gotículas em suspensão. “Ter o rio de volta é o melhor presente de Natal que nossa cidade poderia querer”, disse Olásio Cardoso Filho, funcionário do aquário municipal.
Turistas e moradores locais se aglomeravam no mirante e na margem do rio, na Rua do Porto, para apreciar o espetáculo. Muitos usavam a ponte estaiada para tirar fotos da cachoeira. “Os turistas voltaram, mas agora para ver um rio bonito, não mais aquela tragédia do rio seco e de peixes mortos”, observou Cardoso Filho.
A vazão recorde foi registrada às 12 horas pela rede de telemetria do Consórcio das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Antes, o maior volume de água nesse trecho do rio havia sido registrado no último dia 20, de 214 m3/s, após a volta das chuvas. No dia 11, ainda sob os efeitos da estiagem, a vazão era de 11,6 m3/s.
Um dos mais conhecidos rios do interior, o Piracicaba amargou perdas no volume de água desde janeiro deste ano por causa da estiagem histórica no Estado de São Paulo. Em fevereiro, a baixa vazão combinada com o excesso de poluição causou a morte de 20 toneladas de peixes. De junho a novembro, o rio praticamente secou e o salto de Piracicaba virou uma montanha de pedras.
Em outubro, a vazão chegou a 7,6 m3/s – a mais baixa em 50 anos – e o nível da água nos canais mais profundos não passava de 0,60 m. Nesta terça, o nível chegou a 3,64 metros e o rio estava próximo do transbordamento.