mandados embora

Deportação de Trump deve afetar brasileiros; ilegais são 230 mil

Presidente eleito dos Estados Unidos venceu as eleições com discursos duros contra a imigração

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as eleições com discursos duros contra a imigração, prometendo deportar em massa estrangeiros vivendo ilegalmente no país, incluindo milhares de brasileiros. Segundo o Pew Research Center, em 2022 havia 230 mil brasileiros vivendo sem documentos nos EUA, um aumento de 30 mil em relação ao ano anterior. Dados do Ministério das Relações Exteriores mostram que os EUA são o principal destino de migrantes brasileiros, com 1,9 milhão de brasileiros vivendo no país. Em seguida, vêm Portugal e Paraguai, com 360 mil e 254 mil brasileiros, respectivamente.

Para o especialista em imigração Rodrigo Costa, CEO da Viva América, os brasileiros com visto válido não precisam temer a deportação, desde que mantenham seu status legal, seja para estudo ou trabalho. Segundo ele, o desafio é “manter o status válido”, mas a situação se torna arriscada para quem vive nos EUA sem documentos, como aqueles que entraram com visto de turista e permaneceram além do permitido. Costa destaca ainda que trabalhadores qualificados, em setores como tecnologia, engenharia, logística, saúde e energia, são bem-vindos no país, pois muitos postos de trabalho nessas áreas não são preenchidos por americanos.

Durante a campanha, Trump também mencionou que estudantes estrangeiros poderiam receber o green card ao se formarem nos EUA, embora essa promessa ainda não tenha sido confirmada oficialmente. O green card permite residência permanente, mas não concede cidadania. Em 2023, o Brasil foi o décimo país que mais recebeu green cards, com 28.050 documentos emitidos, o maior número já registrado.

Trump prometeu realizar a “maior operação de deportação doméstica na história americana”, com a meta de expulsar até 11 milhões de imigrantes ilegais, acelerando os processos e eliminando audiências, que hoje são exigidas por lei. Segundo o republicano, essa medida aumentaria os salários de americanos, mas especialistas alertam para o impacto econômico negativo, especialmente em setores como agricultura e turismo, que dependem de mão de obra de imigrantes. Além disso, o custo da deportação massiva é elevado: deportar um milhão de pessoas por ano custaria mais de US$ 88 bilhões, e a operação total ao longo de mais de uma década chegaria a quase US$ 1 trilhão, segundo estimativas do Conselho Americano de Imigração.