Depressão: redes sociais aumentam o risco do distúrbio em adultos jovens, independente da personalidade
Adultos jovens que passam mais tempo nas redes sociais são significativamente mais propensos a desenvolver…
Adultos jovens que passam mais tempo nas redes sociais são significativamente mais propensos a desenvolver depressão dentro de seis meses, independentemente de seu tipo de personalidade. A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista científica Journal of Affective Disorders Reports.
De acordo com a equipe, formada por pesquisadores da Universidade de Arkansas, a Universidade Estadual de Oregon e da Universidade do Alabama, faltavam estudos focados em avaliar como várias características de personalidade podem interagir com o uso de mídia social e o risco de depressão.
Na nova pesquisa, eles avaliaram o tipo de personalidade, o tempo de uso diário de mídias sociais e o risco de desenolver depressão após seis meses em mil adultos americanos, com idades entre 18 e 30 anos. A depressão foi medida usando o Questionário de Saúde do Paciente, o uso de redes sociais foi medido pelo relato dos voluntários e e a personalidade foi medida usando o Big Five Inventory, que classifica as pessoas de acordo com cinco características: abertura, consciência, extroversão, amabilidade e neuroticismo.
Os resultados mostraram que independente do tipo de personalidade, aqueles que gastavam mais tempo nas redes sociais (cinco horas por dia) eram mais propensos a serem diagnosticados com a doença seis meses depois, em comparação com aqueles com o menor tempo de uso (até duas horas). Por outro lado, houve diferença na intensidade desse risco, de acordo com o traço predominante da personalidade.
Por exemplo, pessoas com alta amabilidade eram 49% menos propensas a ficarem deprimidas do que as pessoas com baixa amabilidade. Além disso, aqueles com alto neuroticismo foram duas vezes mais propensos a desenvolver depressão do que aqueles com baixo neuroticismo ao usar mais de 300 minutos de mídia social por dia.
De acordo com os autores, a comparação social problemática favorecida por essas plataformas digitais pode aumentar os sentimentos negativos de si mesmo e dos outros, o que poderia explicar como o risco de depressão aumenta com o aumento do uso de mídias sociais. O consumo de conteúdos predominantemente negativos também pode aumentar esses sentimentos. Por fim, quanto mais tempo gasto nas mídias sociais, menor a oportunidade de interações pessoais e atividades fora de casa.
“Conectar-se virtualmente a pessoas pode aumentar o risco de falta de comunicação ou percepção errônea que leva a dificuldades de relacionamento e risco potencial de desenvolver problemas de saúde mental”, diz Renae Merrill, pós-doutoranda no Programa de Políticas Públicas da Universidade de Arkansas e principal autora do estudo.