Cerca de 20 deputados democratas permanecem sentados nesta quina-feira (23) no chão do plenário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos há pelo menos 18 horas, em protesto para que os líderes republicanos aceitem colocar em votação propostas para alterar a legislação sobre o controle de armas.
Deputados e senadores favoráveis a uma revisão da legislação atual tentam aprovar projetos com regras mais rigorosas para a venda de armas no país, motivados pela repercussão do massacre na boate Pulse em Orlando, quando um homem armado abriu fogo contra os frequentadores do local, no dia 12 de junho, e deixou 49 mortos e 53 feridos.
A manifestação dos democratas teve início no começo da noite desta quarta-feira (22), depois que republicanos não quiseram avançar na apreciação de propostas que alteram as legislações sobre compra e porte de armas. O presidente da Câmara, Paul Ryan, disse que estava aguardando para ver como o Senado se posicionaria, antes de discutir o assunto.
Durante o protesto, os deputados entoaram em alguns momentos a frase: “Sem lei, sem pausa”. A líder da minoria, a democrata Nancy Pelosi, disse que os parlamentares estavam preparados para permanecer sentados ainda por muito tempo. “O tempo necessário para conseguir que o projeto seja votado”, afirmou.
Na semana passada, os senadores democratas conseguiram fazer com que quatro propostas para controle de armas fossem apreciadas, após obstruirem a pauta. Entretanto, na segunda-feira (21), a comissão que receberia os projetos acabou por rejeitá-los. Para que o projeto entrasse na pauta do Senado, eram necessários 60, mas o mais votado recebeu apenas 53.
A ação dos deputados democratas está sendo criticadas pela maioria republicana, e o líder Paul Ryan chamou a manifestação de “golpe publicitário”. Mas em 2008, quando a maioria era democrata, deputados republicanos também usaram o mesmo tipo de obstrução e se sentaram no chão para exigir uma votação sobre a permissão de perfurações marítimas.
A população aprovou a atitude dos deputados e durante a noite alguns eleitores mandaram entregar pizza para os congressistas em protesto.