Desemprego é de 14,7% e atinge 14,8 milhões, maior número desde 2012
A taxa média de desemprego no Brasil foi de 14,7% no primeiro trimestre do ano,…
A taxa média de desemprego no Brasil foi de 14,7% no primeiro trimestre do ano, uma alta de 0,8 ponto percentual na comparação com o último trimestre de 2020 (13,9%). Isso corresponde a mais 880 mil pessoas desocupadas, totalizando 14,8 milhões na fila em busca de um trabalho no país.
Essas são a maior taxa e o maior contingente de desocupados de todos os trimestres da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 2012.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua.
“Esse aumento da população desocupada é um efeito sazonal esperado. As taxas de desocupação costumam aumentar no início de cada ano, tendo em vista o processo de dispensa de pessoas que foram contratadas no fim do ano anterior. Com a dispensa nos primeiros meses do ano, elas tendem a voltar a pressionar o mercado de trabalho”, Adriana Beringuy, analista da pesquisa.
De acordo com o IBGE, a população ocupada (85,7 milhões) ficou estatisticamente estável na comparação com o último trimestre do ano passado. Mas o nível de ocupação (48,4%) caiu 0,5 ponto percentual. Desde o trimestre encerrado em maio de 2020, o nível de ocupação está abaixo de 50%, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
“Essa redução do nível de ocupação está sendo influenciada pela retração da ocupação ao longo do ano passado, quando muitas pessoas perderam trabalho. Em um ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2020, a população ocupada reduziu em 6,6 milhões de pessoas”, disse Beringuy, observando que os impactos da pandemia só ficaram visíveis no mercado de trabalho no final de março do ano passado.
Subutilizados e desalentados batem recorde
Outro destaque da Pnad Contínua foi a alta no total de pessoas subutilizadas, que são aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial. No primeiro trimestre, o contingente chegou a 33,2 milhões, o maior da série histórica, um aumento de 3,7% com mais 1,2 milhão de pessoas.
Os desalentados, que são aqueles que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, somaram 6 milhões de pessoas, ficando estáveis em relação ao último trimestre de 2020, mas permanecendo no maior patamar da série.
34 milhões de trabalhadores na informalidade
A taxa de informalidade foi de 39,6% da população ocupada, ou 34 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,5% e no mesmo trimestre de 2020, 39,9%.
Rendimento médio fica estável
A pesquisa mostra ainda que o rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 2.544 no primeiro trimestre deste ano, o que representa estabilidade em relação ao último trimestre de 2020. A massa de rendimento real, que é soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, também ficou estável, atingindo R$ 212,5 bilhões.
Metodologia de pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
Ontem, o governo divulgou dados do Caged sobre o mês de abril. O resultado apontou que o Brasil abriu 120.935 vagas de emprego com carteira assinada no mês passado.