Dezesseis deputados federais goianos receberam o auxílio-mudança
De acordo com a Câmara, apenas o Major Vitor Hugo (PSL) não recebeu a verba que é equivalente ao salário do parlamentar (R$ 33.763,00)
Dezesseis entre o 17 deputados que representam Goiás na Câmara dos Deputados, em Brasília, receberam o auxílio-mudança pago aos parlamentares no último dia 25 de fevereiro. Apenas o Major Vitor Hugo (PSL) abriu mão do benefício. Segundo a Câmara, o valor é mesmo que o salários dos deputados, como se fosse uma espécie de 14º salário. Ao todo, cada um recebe R$ 33.763.
Ao todo, dos 513 deputados federais, apenas 36 abriram mão do auxílio. Até para deputados que foram reeleitos e/ou que já residem em Brasília (DF)receberam o repasse. O Mais Goiás entrou em contato com os deputados goianos. Confira quais foram os posicionamentos sobre o pagamento do auxílio.
No pleito de 2018, dez deputados foram eleitos pela primeira vez para ocuparem cadeiras na Câmara Federal. O Mais Goiás entrou em contato com os 17 eleitos por Goiás. Veja o que eles disseram sobre o recebimento do auxílio-mudança.
Delegado Waldir (PSL)
Por meio de nota, o deputado afirmou que mora na capital federal e retorna ao fins de semana a Goiânia. Ele explicou que não faz uso do auxílio-moradia e que também não utiliza imóvel funcional. E mais: que o dinheiro “foi gasto como determina o decreto, para cobrir os gastos com deslocamento e as novas instalações nesse início de mandato.”
João Campos (PRB)
O deputado, por meio de nota, se limitou em dizer que recebeu o benefício que “é pago a todos os 513 parlamentares dentro da lei no início e no fim do mandato”.
Magda Moffato (PR)
A deputada, por meio de nota, afirmou que o auxílio “não foi solicitado por ela e que foi automaticamente depositado na conta”. Porém, não informou se vai devolver o benefício ou de que forma foi gasto.
Francisco Júnior (PSD)
O deputado disse que mora em Goiânia, mas vai à Brasília onde fica até as quintas-feiras. Ele destaca que procurou saber sobre a legalidade do pagamento. “Eu encaro ele [pagamento do auxílio-mudança], para deputados que têm a minha condição financeira, como necessário para gerar uma boa condição de trabalho para atender à população”, disse. Francisco também contou que está na fila para receber o apartamento funcional e que o dinheiro do auxílio-mudança será revestido para a estruturação do imóvel e do escritório, que será montado em Goiânia.
Professor Alcides (PP)
O deputado, por meio de nota, ressaltou sobre a legalidade do auxílio-mudança. E também destacou a decisão de abrir mão do seu salário como parlamentar. Segundo ele, o ato foi firmado em cartório e os valores “serão revertidos ao bem comum, com a devida prestação de contas”, mas não precisou de qual forma isso vai acontecer.
José Nelto (PODE)
O deputado declarou, em rede social, que não vai receber o auxílio mudança e anunciou a devolução do valor. Uma enquete foi proposta pelo parlamentear para saber se o dinheiro retorna para o caixa da Câmara ou é doado para o Hospital Araújo Jorge, em Goiânia.
Major Vitor Hugo (PSL)
O Mais Goiás entrou em contato com o deputado, mas ele cumpria extensa agenda com a visita do presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, o na última quinta-feira (28), por isso não foi possível conciliar uma entrevista.
Célio Silveira (PSDB)
O Mais Goiás entrou em contato com o parlamentar, mas as ligações não foram atendidas.
Flávia Morais (PDT)
O Mais Goiás entrou em contato com a deputada, mas as ligações não foram atendidas.
Rubens Otoni (PT)
O Mais Goiás entrou em contato com o deputado, mas não obteve o retorno até a publicação da matéria.
Lucas Vergílio (SOLIDARIEDADE)
O Mais Goiás entrou em contato com o parlamentar, mas não tivemos retorno até a publicação dessa matéria.
Zacharias Calil (DEM)
O Mais Goiás entrou em contato com o médico e deputado, mas as ligações não foram atendidas.
Glaustin da Fokus (PSC)
O Mais Goiás entrou em contato com o deputado, mas não houve retorno até a publicação da matéria.
Zé Mário (DEM)
O Mais Goiás entrou em contato com o parlamentar, mas não obtivemos retorno até a publicação da matéria.
Adriano do Baldy (PP)
O Mais Goiás entrou em contato com o deputado, mas não houve retorno até a publicação dessa matéria.
Elias Vaz (PSB)
O Mais Goiás entrou em contato com o parlamentar, mas não houve retorno até a publicação dessa matéria.
Alcides Rodrigues (PRP)
O Mais Goiás entrou em contato com o parlamentar, mas não houve resposta até a publicação da matéria.
Entenda a polêmica
O pagamento do benefício foi realizado na última segunda-feira (25) após a contraordem deferida pelo juiz federal Ronivon de Araújo, de Sergipe. A primeira parte do benefício foi antecipada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM) ainda em época da candidatura à reeleição.
Uma ação popular foi protocolada na Justiça Federal de Minas. O juiz Alexandre Henry Alves, de Ituiutaba (MG), deferiu a suspensão de pagamentos a deputados e senadores reeleitos naquele estado e até uma multa, no valor de R$ 2 mil, foi fixada caso o pagamento irregular fosse realizado. O caso foi parar na Justiça Federal de Sergipe por haver uma ação com a mesma temática. Lá, a ação foi acatada pelo juiz Pedro Esperanza Sudário.
Como justificava, Ronivon Araújo alegou que não havia “qualquer ilegalidade” no pagamento e apontou ainda “risco claro” de o Judiciário se tornar “árbitro da moralidade social” . “Ao tempo em que se deve admitir como legítima a postura de quem discorda de tais benesses dadas a essas carreiras estatais, também é legítimo considerar que a sua eventual alteração deve, primeiramente, buscar o caminho da legalidade, através dos espaços conformados à atividade legislativa”, conta o juiz.