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Dia da Cardiopatia Congênita: entenda a condição que atinge um a cada cem nascidos no Brasil

Tratamento varia de acordo com a gravidade e o tipo de anomalia cardíaca

O dia 12 de junho é marcado no campo da saúde por ser o Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita. No Brasil, a cada ano, cerca de 30 mil crianças nascem com a condição que afeta o desenvolvimento do coração durante as primeiras oito semanas de gestação. A má-formação fetal mais comum e uma das principais causas de mortalidade em recém-nascidos é ainda a terceira causa mais comum de mortalidade nos primeiros 28 dias de vida.

Segundo o cardiologista goiano Carlos César Elias, que atua nas áreas de cardiologia pediátrica, fetal e cardiopatias congênitas em adultos, muitas famílias enfrentam dificuldades de acesso ao tratamento adequado devido à falta de informação, estrutura adequada e recursos. “Ainda hoje, cerca de 20 a 30% das crianças com cardiopatia congênita não conseguem acesso ao tratamento cirúrgico de suas malformações cardíacas”, diz.

De acordo com o médico, a cardiopatia congênita engloba uma variedade de anomalias na estrutura ou função do coração. “Ela pode ser diagnosticada ainda durante a gestação, através do ecocardiograma fetal, ou logo ao nascimento e até mesmo anos mais tarde, dependendo da gravidade do problema. Entre os casos registrados, 80% requerem intervenção cirúrgica em algum momento da vida, com quase doze mil bebês precisando de cirurgia já no primeiro ano de vida”, explica do Dr. Carlos César.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, existem 67 unidades habilitadas para realizar cirurgias cardiovasculares pediátricas. No entanto, o acesso ao diagnóstico pré-natal e no período neonatal, bem como a carência de centros especializados em cirurgia cardíaca neonatal, é um desafio para muitas famílias.

Tratamento da Cardiopatia Congênita

Dr. Carlos César Elias explica que o tratamento varia de acordo com a gravidade e o tipo de anomalia cardíaca. Em casos mais simples, pode ser necessária apenas uma monitorização regular. Já em casos de maior complexidade, geralmente são necessários procedimentos cirúrgicos ou intervencionistas menos invasivos.

“O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial no planejamento do tratamento e pode salvar vidas, especialmente em cardiopatias mais complexas”, diz.

O cardiologista ressalta ainda a importância da conscientização da sociedade como um todo sobre essa condição. Ele destaca que a falta de informação ainda é um dos grandes obstáculos no atendimento aos portadores de cardiopatia congênita. “Ainda hoje, 20 a 30% das crianças com cardiopatia congênita não conseguem acesso ao tratamento cirúrgico de suas malformações cardíacas“.

“É fundamental que todos se envolvam na disseminação de informações sobre fatores de risco, diagnóstico precoce, tratamento e necessidade de estruturação de mais centros especializados. Assim poderemos garantir que todas as crianças tenham acesso ao tratamento necessário para uma vida saudável e plena”, finaliza o médico.