Meio ambiente

DiCaprio critica mineração em terras indígenas brasileiras

A crítica do ator veio acompanhada de uma imagem de indígenas que, usando seus corpos, formaram a mensagem "Fora Garimpo"

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O ator Leonardo DiCaprio usou suas redes sociais para criticar a possibilidade de abertura das Terras Indígenas brasileiras para a mineração.

DiCaprio disse que “apesar das leis brasileiras que fazem com que a mineração seja ilegal na Terra Indígena Ianomami”, garimpeiros invadiram as áreas protegidas, trouxeram malária e contaminaram os rios com mercúrio.

A crítica do ator veio acompanhada de uma imagem de indígenas que, usando seus corpos, formaram a mensagem “Fora Garimpo”. O registro foi feito na Terra Indígena Ianomâmi, em Roraima, em 23 de novembro. Cerca de 120 indígenas participaram da formação da mensagem.

Além dos próprios indígenas serem contra a mineração em suas terras, a população brasileira também rechaça a proposta do governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Pesquisa Datafolha recente contratada pela organização não governamental ISA (Instituto Socioambiental) mostra que 86% dos brasileiros discordam da permissão à entrada de empresas de exploração mineral nas terras indígenas.

Também recentemente, o MPF (Ministério Público Federal) entrou com ações para que a Justiça cancele processos de mineração em 48 terras indígenas no estado do Pará. Segundo a procuradoria, o cadastramento – o que não significa autorização para explorar, somente interesse no potencial da área– dos processos minerários viola a Constituição Federal e a convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), pela qual é prevista a necessidade de consulta aos povos indígenas em caso de medidas que os afetem.

O MPF afirma que o registro dessas áreas em Terras Indígenas podem gerar pressão e invasões.

Em dezembro, o presidente Bolsonaro também afirmou que deve haver criação de bois em Terras Indígenas.

“O preço da carne subiu. Nós temos de criar mais bois aqui, para diminuir o preço da carne e eles podem criar boi”, disse Bolsonaro na entrada do Palácio do Alvorada, no dia 19 de dezembro. “O índio vai poder fazer em sua terra o que o fazendeiro faz na dele”, disse. “Se quer pegar a sua terra e arrendar para alguém plantar soja ou milho, faça isso, respeitando a legislação nossa.”

O presidente disse que pretende incluir a regulamentação da agricultura e pecuária comerciais em terras indígenas na proposta para liberar mineração nas áreas protegidas. A proposta deve ser enviada ao Poder Legislativo em 2020.