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Diferente de Record e SBT, Globo aumenta protagonismo negro em novelas

Coluna analisou 184 novelas exibidas desde 2001 pelas três maiores emissoras do país

Foto: Reprodução

O protagonismo negro está crescendo nas novelas! Pelo menos na TV Globo. Enquanto Record e SBT ainda demonstram avanços tímidos nessa questão, atualmente as três novelas inéditas da Globo tem personagens principais interpretados por atrizes negras, um marco na história da emissora.

A coluna ‘Outro Canal‘, do portal F5, analisou 184 novelas exibidas desde 2001 pelas três maiores emissoras do país e mostrou que, neste século, a presença de atores negros em papéis principais cresceu consideravelmente na Globo, que lidera em número de produções.

A emissora, que exibiu 123 novelas desde 2001, investiu de forma mais robusta na diversidade. Nos anos 2000, a Globo contou com protagonistas negros em quatro novelas, entre elas Da Cor do Pecado (2004) e Viver a Vida (2009), mas o elenco principal era limitado a nomes como Taís Araújo, Lázaro Ramos e Camila Pitanga. Em 2018, após críticas pela falta de diversidade em Segundo Sol, que se passava na Bahia mas tinha elenco majoritariamente branco, a Globo reavaliou suas políticas de escalação. Desde então, figuras como Michel Gomes em Nos Tempos do Imperador (2021) e Juan Paiva em Um Lugar ao Sol (2021) ganharam papéis centrais. Em 2023, todas as novelas da emissora tiveram protagonistas negros, incluindo Sheron Menezzes em Vai na Fé e Barbara Reis em Terra e Paixão. Este ano, um marco foi alcançado com as três principais novelas da Globo no horário nobre sendo protagonizadas por atrizes negras.

A Record, que exibiu 34 novelas desde 2001, apresentou seu primeiro protagonismo negro do século em 2016, com Gabriela Moreyra na novela Escrava Mãe. Contudo, desde 2019, nenhum ator negro protagoniza uma trama da emissora, indicando estagnação na representatividade. Já o SBT, com 27 novelas no mesmo período, teve avanços tímidos, como a participação de Jean Paulo Campos em Carrossel (2012) e, mais recentemente, de Miguel Ângelo em A Infância de Romeu e Julieta (2023).

De acordo com Amauri Soares, diretor-executivo da TV Globo, a diversidade no vídeo brasileiro demorou para avançar. “Fizemos nosso dever de casa. Não temos escassez de talentos negros na Globo“, disse.

*Com informações da coluna Outro Canal, do portal F5