Brasil em crise

Dilma “mentiu” ao dizer que não aceitava barganha, afirma Cunha

"A barganha foi proposta pelo governo e eu me recusei", disse Cunha.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) falou em coletiva à imprensa, nesta manhã de quinta-feira (3/12), sobre a decisão de aceitar o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff (PT). Afirmando ter cumprido “um papel constitucional”, o líder da Casa disse que a presidente é mentiu no pronunciamento feito ontem, ao dizer que não aceitava barganha.

Segundo Cunha, Dilma se reuniu com o ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner e aliados na Câmara para uma negociação, na qual ela teria pedido a vinculação de apoio de parlamentares para aprovar a CPMF. “A presidente queria comprometimento com aprovação da CMPF, à minha revelia”, afirmou. “A presidente mentiu”, repetiu por diversas vezes o deputado durante a coletiva.

Ele afirmou que o único papel do presidente da Câmara é dar entrada no processo de pedido de impeachment, ação esta que não será feita por ele, mas pelo colegiado. “É ele (o colegiado) que vai decidir o que vai ou não ocorrer. Se atenham que no procedimento da denúncia está claramente definido as razões para o impeachment. Fui zeloso e respeitoso às minhas palavras”, defendeu o parlamentar.

Ontem, Dilma Rousseff negou que o Planalto tivesse negociado para tentar impedir que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deflagrasse a abertura do pedido do impeachment em troca do apoio de petistas para barrar o processo contra o peemedebista no Conselho de Ética. “Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu País, que bloqueiam a Justiça e ofendam os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública”.