A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, concedeu uma rápida entrevista à imprensa neste domingo, 31, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Dilma afirmou que leu durante o fim de semana o programa de campanha de sua concorrente do PSB, Marina Silva, e se disse “muito preocupada” em relação à criação de empregos, sobretudo no ramo naval e no automobilístico. A presidente e candidata não respondeu perguntas dos jornalistas e disse que estava com pouco tempo porque queria ficar com o neto Gabriel, que estava na residência oficial. A presidente ainda afirmou que não foi eleita para desempregar ou reduzir a importância da indústria.
Segundo Dilma, a indústria naval, que foi a segunda maior do mundo nos anos 1980, se “transformou em pó” nos anos 1990 e só depois começou a se recuperar. Ela afirmou que no começo dos anos 2000 o segmento saiu de 2,5 mil empregos para um estoque de 80 mil em julho. “No ano que vem serão 100 mil empregos”, disse.
Sobre a indústria automobilística, afirmou que não quer que o Brasil apenas monte carros, mas que desenvolva tecnologia. Disse que nos últimos anos o governo conseguiu atrair 12 novas companhias internacionais para o Brasil, o que, na visão dela, gerou empregos qualificados e com bons salários. “Tanto em um caso como no outro (indústria naval e automobilística) vimos a possibilidade de, ao invés de criar emprego lá fora, criar aqui, isso porque se importava de forma excessiva ou não se traziam as condições de inovação para o Brasil”, disse.
No fim da fala, Dilma disse que está preocupada. “Eu fico muito preocupada, eu não fui eleita para desempregar ou reduzir importância da indústria, principalmente aquela que traz inovação. Minha proposta sempre vai ser criar empregos e assegurar que esses empregos sejam cada vez mais qualificados, tanto na indústria naval quanto na automotiva”, defendeu.
Antes de sair os jornalistas tentaram fazer perguntas à presidente sobre outros pontos do programa de governo da concorrente Marina Silva, principalmente sobre o trecho que fala sobre política LGBT, mas a presidente disse apenas que estava sem tempo porque o neto Gabriel estava no Palácio e estava de partida.