Pena de morte

Dilma tenta mas não consegue reverter execução de brasileiro

A Indonésia negou todos os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro para que se evitasse a execução de Archer.


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A presidente Dilma Rousseff conversou na manhã desta sexta-feira com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para transmitir “apelo pessoal” por razões “eminentemente humanitárias” em favor dos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, ambos condenados à morte, informou em nota a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

De acordo com o governo brasileiro, o presidente Widodo “disse compreender a preocupação da presidente com os dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”.

Segundo a nota da Secom, Dilma lamentou profundamente a decisão de Widodo de manter a decisão pela execução de Marco Archer, episódio “que vai gerar comoção no Brasil e terá repercussão negativa para a relação bilateral”. O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o Itamaraty ampliaram nos últimos dias os esforços para assegurar a conversa de Dilma com o presidente Widodo.

A Indonésia negou todos os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro para que se evitasse a execução de Archer. No Brasil, não existe pena de morte e as informações são de que nunca um brasileiro foi executado para dar cumprimento a uma sentença deste tipo.

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, preso há 11 anos, é carioca, tem 53 anos e trabalhava como instrutor de voo livre. Ele foi preso quando tentava entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de uma asa delta em 2003. A droga foi descoberta ao passar pelo aparelho de raios x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas acabou preso duas semanas depois.

O surfista Rodrigo Gularte foi preso em 2004, também no aeroporto de Jacarta, com 12 pacotes de cocaína. A droga estava escondida em oito pranchas. O surfista estava a caminho da ilha de Bali, acompanhado de dois amigos, mas assumiu sozinho a autoria do crime de tráfico internacional de drogas. O surfista teve o pedido de clemência negado e também aguarda a execução.