Diretor do Colégio Militar de BH é acusado de submeter alunos a maus-tratos
Funcionários fizeram manifesto crítico ao coronel Régis Rodrigues Nunes, que comanda a escola
Funcionários do Colégio Militar de Belo Horizonte divulgaram um manifesto contra o diretor da escola, o coronel de cavalaria Régis Rodrigues Nunes. O texto acusa o militar de submeter os alunos a maus-tratos e de não garantir o cumprimento das regras de combate à Covid-19.
Segundo as pessoas que participaram da elaboração do documento, a declaração não foi assinada por medo de represálias do comando da instituição.
A decisão de escrever o manifesto foi tomada pelos funcionários da escola na semana passada, durante a preparação dos alunos —que têm entre 12 e 18 anos— para as comemorações do aniversário de 66 anos da instituição, que aconteceu no último sábado (11). Um dos convidados do evento foi o ministro da Defesa, o general da reserva Walter Braga Netto.
O texto afirma que o coronel é responsável “por submeter crianças e adolescentes à exaustão durante treinamento para a formatura do aniversário do colégio”.
Segundo funcionários da escola, Nunes queria usar o evento para chamar a atenção do ministro porque tenta conseguir uma promoção para a patente de general. Antes de assumir o comando do Colégio Militar na capital mineira, ele serviu no Centro de Doutrina do Exército no Comando de Operações Terrestres, em Brasília.
O manifesto afirma também que durante o treinamento, os alunos eram obrigados a “ficar de pé o tempo todo e imóvel em boa parte do tempo, além de momentos em que a tropa desfila”.
Os funcionários fizeram fotos que, segundo eles, mostram estudantes esperando atendimento médico na enfermaria do colégio na manhã de quinta-feira (9), quando a cidade registrava um dia de sol e tempo seco.