Mais uma vez uma instituição de ensino da rede pública estadual de Goiás conquista destaque no cenário nacional. Pela série de ações realizadas no Colégio Estadual Costa e Silva em São Luís de Montes Belos, na região Central do Estado, com o objetivo de recuperar a imagem da escola junto aos alunos, servidores e à comunidade, a diretora Lesley Maria de Oliveira é uma das três personalidades indicadas ao prêmio Faz Diferença, promovido pelo jornal O Globo.
Formada em Letras, Lesley Oliveira, está no C. E. Costa e Silva desde 1982. Foi diretora, por um ano, em 1999 e, posteriormente, assumiu a gestão por dois mandatos seguidos, indicada por votação direta. A escola possui hoje 1,1 mil alunos distribuídos entre turmas de Ensino Fundamental e Médio nos três períodos.
Quando assumiu a direção do colégio, ela conta que encontrou um cenário extremamente negativo. O colégio era controlado por traficantes de drogas, registrava muitos casos de violência e sofria com altas taxas de abandono e de repetência. Com isso, segundo ela, a instituição era vista por alunos, professores, servidores e pela comunidade vizinha com total descrédito.
Para mudar essa realidade, uma das principiais ações de Lesley foi buscar o apoio da população do bairro, em especial os comerciantes. “Eles foram parceiros importantes nesse processo, pois ao avistarem os alunos faltosos perambulando pelo bairro, avisavam imediatamente à direção e nós íamos ao encontro desses estudantes para trazê-los de volta à escola”, recorda ela.
Outra iniciativa da diretora foi envolver os alunos em um projeto de limpeza e restauração do colégio, que estava abarrotada de lixo e entulho. Em oito meses, Lesley afirma que o cenário já era outro. “Os índices de evasão já haviam sido contidos, o nível de aprendizagem já tinha melhorado e os estudantes já sentiam orgulho de estudar aqui. E isso refletiu positivamente também na disciplina”.
Tecnologia
De acordo com ela, uma das iniciativas cruciais para transformar o ambiente da escola foi o registro diário de tudo que acontecia na unidade educacional. “Criamos um diário de bordo, com cópia para os alunos, professores, coordenadores e para a direção da escola. E todas as situações ali relatadas eram discutidas em reuniões, onde se encontrava a melhor solução”.
Outro ponto forte para mudar a realidade da escola foi a integração com a comunidade. Entre as muitas ações nesse sentido, a diretora cita um convênio firmado entre a direção e as operadoras de telefonia móvel, que facilitou o contato com os pais dos alunos. A partir daí, ausências e casos de indisciplina dos estudantes eram comunicados no mesmo dia e as famílias obrigadas a tomar uma providência. Essa iniciativa passou a contar com o respaldo do Ministério Público local, que se tornou um grande parceiro da instituição.
Para mobilizar os alunos e os professores, a diretora recorreu à tecnologia como aliada. “Criamos grupos distintos no WhatsApp, distribuídos por salas e turmas. Ninguém ficou de fora, nem os alunos que residem na zona rural. O contato era direto entre a direção, a equipe de professores e os estudantes. Atualmente temos 42 grupos”.
Arte que envolve
Outro recurso utilizado para atrair os alunos para dentro da escola foram as aulas de artes. Segundo a diretora, os estudantes passaram a gostar de permanecer no colégio mesmo após o término das aulas. Para ela, o segredo é que quem estuda ali se sente valorizado, acolhido e seguro.
Gestora de uma equipe composta por 62 profissionais desde 2011, Lesley reconhece que não teria feito a diferença não fosse a dedicação, o empenho e o compromisso de todos os professores e servidores da instituição de ensino. “Eles foram parceiros maravilhosos nesse trabalho que conseguimos fazer. Devo a cada um deles uma fatia desse reconhecimento”, comenta.
A história de superação do colégio estadual de São Luís dos Montes Belos chamou a atenção não apenas da comunidade local. Uma equipe do Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho, esteve na escola e produziu uma reportagem dentro da série Educação 360.
Votação
Para conquistar o prêmio Faz Diferença, a professora Lesley Oliveira precisa do maior número possível de votos dos internautas. Para votar, clique aqui.