Distrito Federal deve restringir comércio não essencial de 20h às 5h
Aumento da procura por atendimento para Covid-19 e a busca por leitos de UTI em Brasília fizeram com que Ibaneis e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), trocassem farpas nesta semana
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decidiu restringir o funcionamento do comércio não essencial no Distrito Federal a partir de segunda-feira (1º). A medida irá valer por 15 dias. Segundo fontes do governo do Distrito Federal, o comércio deverá estar fechado de 20h às 5h, exceto os serviços essenciais.
Além disso, deve ser adiado o retorno às aulas, e os funcionários públicos irão voltar ao home office. O principal motivo é a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que chegou a 90,3% na última segunda-feira (22).
O aumento da procura por atendimento para Covid-19 e a busca por leitos de UTI em Brasília fizeram com que Ibaneis e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), trocassem farpas nesta semana.
O atrito começou começou após cidades do Entorno Sul entrarem na área vermelha de contágio, desde o dia 17 de fevereiro. Isso significa que estão em situação de calamidade. A recomendação do governo de Goiás seria o lockdown.
Diante desse cenário, os prefeitos de Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás chegaram a propor uma solução conjunta, na qual o Entorno e o Distrito Federal adotariam lockdown – medida a que Ibaneis se opõe.
A população das cidades vizinhas transitam pelo DF, e a movimentação se intensificou por causa do estado de calamidade.
As duas regiões vivem situações difíceis por causa da pandemia. No DF, a taxa de ocupação dos leitos era de 77,2% e em Goiás, de 82,28% nesta quinta-feira (25).
Ibaneis disse que “os atendimentos estavam ficando nas suas costas”. O governador descartou lockdown, mas ameaçou fechar as divisas no início da semana e cobrou providências de Caiado. Segundo Ibaneis, 25% dos pacientes internados no DF eram do estado vizinho.
Superlotação, filas por vaga em leitos de UTI e o risco iminente de colapso na rede de saúde se tornaram cena comum em estados brasileiros nos últimos dias.
Os três estados do Sul têm enfrentado uma explosão de internações nos últimos dias, provocando medo e insegurança. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul falam em iminente colapso devido à velocidade das contaminações e do agravamento da doença.
A Bahia também enfrenta filas de pacientes por uma vaga em UTI, o que fez o governo estadual e a Prefeitura de Salvador anunciarem a restrição total de atividades não essenciais e a suspensão de cirurgias eletivas nas redes privadas e públicas.