ECONOMIA

Dólar cai abaixo de R$ 5 com mudança de tom entre Rússia e Ucrânia

Mercados financeiros globais têm forte alta nesta quarta-feira (9) em meio ao otimismo de investidores…

Mercados financeiros globais têm forte alta nesta quarta-feira (9) em meio ao otimismo de investidores após a Rússia ter adotado um tom aparentemente menos agressivo quanto aos seus objetivos com a invasão da Ucrânia.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou não estar nos planos de Moscou a derrubada do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

Refletindo a redução na aversão ao risco, o dólar perdia valor diante 17 moedas de países emergentes, considerando uma lista de 24 divisas compilada pela agência Bloomberg.

Entre emergentes, o real tinha o quinto melhor retorno à vista em relação à moeda americana. Às 12h40, o dólar caía 1,08%, a R$ 4,9950. O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores do Brasil, saltava 1,74%, a 113.150 pontos.

Analistas avaliam, entretanto, risco de volatilidade no mercado de ações ao longo do dia devido às quedas de empresas do setor de materiais básicos, como a Vale, que liderava as perdas mais relevantes do mercado com uma queda de 6,28%. Contratos de minério de ferro fecharam em queda na China em meio a rumores de que Pequim tomará medidas para restringir a valorização dessa commodity.

A Petrobras recuava 0,12%. Entre as empresas mais importantes na composição do Ibovespa, a petroleira controlada pelo governo federal vem apresentando dificuldade em se valorizar, apesar da possibilidade de lucros no curto prazo com a disparada da cotação do petróleo do mercado internacional.

Altas seguidas da commodity aumentaram a pressão política para que a Petrobras reveja a política de paridade internacional para a definição dos preços dos combustíveis no Brasil, cujo método de cálculo responde à variação da cotação do petróleo e do dólar, entre outros fatores. Entenda o que define o preço da gasolina no Brasil.

Além do dólar, o petróleo

Nesta quarta, o petróleo Brent recuava 4,60%, a US$ 122,09. A matéria-prima ainda está próxima da máxima de US$ 146,08 (R$ 748) registrada em 3 de julho de 2008, segundo dados da Bloomberg.

Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam 1,53%, 1,95% e 1,94%, respectivamente.

Na Europa, o indicador que acompanha as 50 maiores empresas da zona do euro disparava 5,75%. A Bolsa de Londres subia 1,97%. Paris e Frankfurt saltavam 5,57% e 6,11%, nessa ordem.

As altas nos principais mercados do Ocidente ocorrem após um dia majoritariamente negativo devido ao anúncio, nesta terça (8), da proibição nos Estados Unidos à importação de petróleo e derivados da Rússia.