Dólar deve se manter próximo dos R$ 5,30 neste ano; entenda os motivos
Principais razões são instabilidade política, vacinação lenta e inflação nos EUA
Economistas apostam que o dólar vai se manter na casa dos R$ 5,30 no segundo semestre deste ano, alinhados com o que projetou o último boletim Focus, do Banco Central. Entre os principais motivos, estão a instabilidade política do país (o que inclui a CPI da Covid), a lentidão no processo de vacinação no Brasil e a inflação nos Estados Unidos.
No que diz respeito à instabilidade política, outro ponto que gera receio do mercado, além da CPI da Covid, é a investigação em torno de possíveis crimes ambientais envolvendo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O ministro é suspeito de facilitar a exportação ilegal de madeira para os EUA e para Europa.
No que tange ao atraso da vacinação, vale dizer que o Brasil hoje ocupa o 73º lugar no ranking de 190 nações e territórios. Até o dia 19 de maio, o País havia aplicado ao menos uma dose em 17% a população. O país mais bem posicionado no ranking mundial é o Chile, que já aplicou pelo menos uma dose em 47% da população. O surgimento de novas cepas, ainda mais agressivas, gera a expectativa de novas medidas de restrição ao comércio.
Inflação nos EUA
Em abril, a inflação norte-americana subiu 0,8%, resultado que ficou acima do esperado pelo mercado. O índice registou variação de 4,2% nos últimos doze meses, ou seja: a maior desde setembro de 2008, quando chegou a 4,9%.
Em janeiro, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,50 no Brasil. Em maio, caiu para R$ 5,22. Tamanha oscilação do dólar criou “pontas de iceberg” no gráfico da cotação entre o final de fevereiro e o final de abril — quando a moeda registrou seu período de pico e bateu R$ 5,79, em 9 de março.