Economia

Dólar dispara e bate R$ 3,28, maior cotação em 12 anos

Preocupações com protestos no Brasil e expectativa sobre alta dos juros nos EUA pressionam moeda americana


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A sexta-feira promete ser mais um dia de dólar alto, com a moeda americana abrindo a sessão acima de 3,21 reais, um movimento que está sendo visto também em relação a outras divisas, como o euro e a libra.

A expectativa com a reunião do banco central americano na próxima semana e a tensão política com os protestos populares programados no Brasil sustentam a alta.

Na máxima da sessão, segundo a Reuters, a moeda atingiu 3,2815 reais, maior cotação intradia desde abril de 2003. Por volta das 13h20, a valorização era de 3,08%, a 3,2590 reais.

Ainda conforme a Reuters, a alta ganhou força após a agência de notícias Bloomberg publicar que o governo não tentará segurar a escalada da moeda americana, citando uma fonte. A pressão cambial tem sido originada por investidores buscando proteção em meio à turbulência política que vem dificultando a aprovação de medidas para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras.

â??Do início de março até o fechamento de quinta-feira, o dólar já havia subido 10,7% em relação ao real. Em todo o mês de fevereiro, a alta foi de 6,2%.

No Brasil, a tensão com protestos populares também influencia. As centrais sindicais, organizadas pela CUT e MST, marcaram atos para esta sexta-feira a favor do atual governo. Dia 15 são esperadas manifestações por todo o país contra Dilma e em protesto contra os casos de corrupção apurados pela Operação Lava Jato.

Mais notícias sobre corrupção na Petrobras e a possibilidade de a estatal adiar por seis meses o prazo de entrega de seu balanço auditado.

Além disso, circula no mercado a informação de que houve um duelo muito duro entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na quarta à noite, com o primeiro insistindo na manutenção do veto à prorrogação até 2042 dos subsídios sobre a energia elétrica para grandes empresas do Nordeste, e ameaçando até pedir demissão caso fosse derrotado.