Dólar

Dólar opera em queda após anúncio de intervenção do Banco Central

Às 13h29, o dólar estava cotado a R$ 3,8065, com queda de 1,35%. Na mínima do dia, às 9h40, a cotação ficou em R$ 3,7825.

O dólar comercial está em queda hoje (8), após o anúncio de aumento da intervenção do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. Na última sexta-feira (4), após o fechamento do mercado, o BC anunciou que fará na tarde desta terça-feira um leilão para venda de até US$ 3 bilhões das reservas internacionais, com o compromisso de comprar novamente os dólares em novembro. Com mais dólares no mercado, o BC tenta suavizar a alta da moeda.

Às 13h29, o dólar estava cotado a R$ 3,8065, com queda de 1,35%. Na mínima do dia, às 9h40, a cotação ficou em R$ 3,7825.

Na última sexta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 3,8605, com alta de 2,68%, a cotação é a mais alta desde outubro de 2002. O dólar passou por trajetória ascendente, reagindo a incertezas políticas e econômicas e à crise chinesa.

Essa operação do BC, chamada no mercado de leilão de linha, não era feita desde março deste ano. Naquele mês, o banco anunciou um leilão de rolagem (renovação de vendimento), mas além da renovar, vendeu US$ 200 milhões. A última vez que o BC fez leilão de linha, sem rolagem, foi em dezembro de 2014, quando vendeu US$ 2 bilhões.

Ao vender dólares por meio dos leilões de linha, o Banco Central retira dólares das reservas internacionais, mas apenas por um período. O dinheiro volta às reservas com a compra feita pelo BC na data estabelecida no leilão.

Além desse leilão de linha anunciado para hoje, o BC tem usado outra ferramenta para intervir no mercado de câmbio, os swaps cambiais. Nesse caso, a intervenção não compromete as reservas internacionais. O BC oferta contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de ser em reais, as operações são atreladas à variação do dólar. No swap cambial, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, ou seja, a cobrada em transações entre bancos). Os investidores apostam o contrário. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes. Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar.

Nos meses em que o dólar sobe, o BC tem prejuízo com as operações de swap. Quando a cotação cai, o órgão tem lucro. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando ocorrer o oposto. O BC tem feito leilões para rolagem de contratos de swaps cambiais.