atrás das grades

Dona de creche é condenada a 42 anos de prisão por torturar crianças

Cuidadora também foi condenada; creche clandestina funcionava no Mato Grosso do Sul

Foto: PCMS

Na última terça-feira (12), a dona de uma creche clandestina em Naviraí, no Mato Grosso do Sul, foi condenada por tortura e maus-tratos contra crianças. Caroline Florenciano dos Reis Rech, 31 anos, recebeu uma sentença de 42 anos e quatro meses de prisão em regime fechado, enquanto a cuidadora Mariana de Araújo Correia, 27, foi sentenciada a 21 anos, três meses e sete dias em regime semiaberto. Ambas também foram condenadas a pagar R$ 10 mil em indenização por danos morais a cada uma das famílias afetadas.

As condenações vieram após uma série de denúncias que expuseram práticas abusivas na creche “Cantinho da Tia Carol”. De acordo com o Ministério Público (MP), Caroline e Mariana submeteram 13 crianças a atos de tortura e outras sete a maus-tratos, colocando a saúde dos menores em risco.

As investigações apontaram que as mulheres sedavam as crianças e as mantinham deitadas e quietas no chão durante a maior parte do dia, permitindo que brincassem apenas quando os pais estavam perto de chegar. Testemunhas relataram que as crianças ficavam sem acesso ao banheiro e eram privadas de comida.

Em depoimento, a dona da creche negou todas as acusações, afirmando que a creche oferecia cuidados adequados, como alimentação e higiene. No entanto, o testemunho dela foi contraditório aos relatos das vítimas e de testemunhas, revelando uma “personalidade agressiva, violenta e dissimulada”.

A sentença destacou o caráter manipulador da ré, que mantinha uma postura amigável diante dos pais, mas agia de forma abusiva longe deles.