Dra Cristina não descarta saída do PSBD e diz que seria omissão não disputar a Prefeitura de Goiânia
Em entrevista ao Mais Goiás, a tucana afirmou que o grande desafio da prefeitura será nas áreas de mobilidade urbana, saúde e segurança pública
A vereadora de Goiânia Dra Cristina (PSDB) não descarta a saída do partido tucano, caso a sigla adote uma bandeira liberal e se una ao Democratas (DEM). E afirma que, na atual conjuntura, seria omissão não se colocar à disposição para tentar a disputa à Prefeitura da capital.
“Diante da crise no município é obrigação minha ter interesse. Com esse processo impetrado pelo MPF, estamos vivendo um verdadeiro caldeirão. Seria omissão não me colocar à disposição”, disse a tucana, em entrevista ao Mais Goiás. Ela se refere à ação de improbidade administrativa impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o prefeito de Goiânia, Íris Rezende (MDB), e o secretário municipal de Educação, Marcelo Ferreira da Costa.
Ao longo da semana, veículos da imprensa apontaram a possibilidade da saída de Cristina do PSDB para ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB). A vereadora não confirma e nem descarta a possibilidade. Pois aguarda a convenção nacional do PSDB, em 31 de maio, quando serão definidos os rumos da sigla.
“Há uma forte tendência ao distanciamento do social, a fusão com o DEM e a mudança de nome. Se isso for realidade, o partido não me representa mais, não me cabe mais. Mas, se diferente disso, o social se tornar uma bandeira de luta, não tenho porque mudar”, disse.
Na próxima seta-feira (10), o PSB realiza convenção para que o deputado federal Elias Vaz assuma a presidência regional da sigla. A mudança acontece depois que a justiça determinou o afastamento de Lúcia Vânia do cargo. A imprensa goiana cogitou a entrada de Dra Cristina como vice de Elias. O diálogo entre a tucana e outros partidos é uma realidade: além do PSB, ela tem se reunido com o Partido Verde (PV), o Partido Popular Socialista (PPS), Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Prefeitura
A vereadora foi enfática e diz que, mesmo que mude de partido, vai se colocar à disposição para disputar a Prefeitura de Goiânia. “Recompor o sistema de saúde, dar um norte para a mobilidade e fazer um trabalho forte, integrando Polícia Civil, Guarda Civil Metropolitana e Polícia Militar”, além da falta de vagas em escolas municipais, devem ser os grandes desafios de quem assumir a Prefeitura, defende.
O futuro tucano
Dra Cristina é crítica à possibilidade de mudança da bandeira do PSDB, com uma nova política liberal e de privatização. Segundo informações da Revista Veja online, o governador de São Paulo, João Dória, foi recebido com gritos favoráveis na convenção do regional partido do último domingo (5). “Brasil pra frente, Dória presidente”, teriam dito os presentes.
Yeda Crusis (RS), deputada federal, é o nome disputa a presidência do partido com o paulistano. A representante dos gaúchos tem o apoio da vereadora goiana. Mas Dra Cristina acredita que o futuro do PSDB já está traçado. “As tratativas estão avançadas, mas como toda decisão política, pode ser modificada às vésperas, senão mesmo na convenção”, explica.
“Princípio, para mim, é uma coisa muito cara. Estamos assistindo uma desconstrução do sistema de assistência social, que ao longo dos tempos foi implantado. Se, politicamente, o PSDB se afastar dessas causas sociais, pra mim fica muito difícil”, diz a goiana.
‘Não sou político’
Outra crítica da vereadora tucana é ao discurso adotado por alguns membros de que “não sou político”. Ela diz que essa também pode ser uma possível bandeira adotada pelo PSDB.
“Isso, pra mim, gera uma suspeição. Se eu estou ocupando um cargo e sou uma pessoa pública, eu estou exercendo a política, exercitando a política. Eu tenho muita restrição às pessoas que estão na política e dizem que não são políticos. Se for esse o novo discurso, realmente não me contempla”, finaliza.