Duque quebra silêncio e nega contato de sua mulher com Lula
No início da sessão, ele disse que permaneceria calado, mas respondeu a duas perguntas formuladas pelo deputado Izalci (PSDB-DF).
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O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque voltou a quebrar, há pouco, o silêncio que disse que manteria em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, para negar que sua esposa tenha tido contato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No início da sessão, ele disse que permaneceria calado, mas respondeu a duas perguntas formuladas pelo deputado Izalci (PSDB-DF). Antes, ele já havia rompido o silêncio para dizer que não conhece o doleiro Alberto Youssef, que o acusou, em delação premiada, de receber propinas de empresas contratadas pela estatal.
Citando uma publicação do site da revista Veja, segundo a qual, após a prisão do ex-diretor da Petrobras, a esposa dele entrou em desespero e, não podendo mais recorrer ao ex-ministro José Dirceu, procurou o tesoureiro do Instituto Lula, Paulo Okamoto, amigo do ex-presidente, para que interviesse em favor de Duque. Izalci perguntou, então, a Duque se a mulher dele teve contato com o ex-presidente. “Minha esposa nunca esteve com o presidente Lula, nem com Okamoto. Não conhece, nem nunca conheceu”, retrucou Duque, negando a veracidade das informações.
Ao responder à primeira pergunta formulada por Izalci, se a sua esposa tem parentesco com o ex-chefe da Casa Civil, Duque, que a cada pergunta repetia a expressão “calo-me por direito” ou variantes, contrariou a orientação de seus advogados e negou aos membros do colegiado a existência de qualquer tipo de parentesco.
“Tem determinadas perguntas que não tem mínima questão e vou responder: basta olhar a árvore genealógica de um e de outro e ver que não tem nenhum parentesco, nem da minha esposa, nem meu”, respondeu Duque, que foi apontado por alguns deputados como apadrinhado de Dirceu na estatal.
Duque também quebrou o silêncio ao ser confundido pelo deputado Altineu Cortês (PR-RJ) com o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, “Não me confunda com o Barusco”, corrigiu o ex-diretor da Petrobras. Ele disse ainda que considera “ameaça” o fato de parlamentares terem levantado a possibilidade de convocar sua esposa para depor na comissão. “Essa CPI não ameaça, convoca”, rebateu o deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS).
Os membros da CPI informaram que vão propor uma acareação entre Duque e o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco. Segundo os parlamentares, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que é cogitado para depor na comissão, também poderá participar da acareação.