'NÃO FAÇO MILAGRE'

‘E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’, reage Bolsonaro após número recorde de mortes por coronavírus

Presidente voltou a defender a retomada de atividades na economia

Solicitação foi organizada por entidades sindicais e associações; Segundo o texto, “as políticas de saúde foram severamente afetadas pela atuação criminosa de Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro não quis comentar o novo recorde de mortes pela Covid-19 no país, registrado nesta terça-feira. Ao todo, 474 mortes foram confirmadas em 24h. Já são mais de 5 mil óbitos pela doença. Bolsonaro disse que nunca negou que ocorreriam mortes, mas afirmou não ter como fazer milagre.

— O ministro [da Saúde] que fala por esta questão, hoje tive contato rápido com ele. Ele que fala de números. Ninguém nunca negou que teremos mortes — afirmou o presidente, acrescentando:

— E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre — complementou, se referindo a um dos seus sobrenomes.

Questionado sobre a decisão judicial que o obriga a apresentar o resultados dos exames que fez para coronavírus, o presidente disse que a lei garante o anonimato, e repetiu que não teve a doença.

— Vocês não me viram rastejando aqui? Com coriza? Eu não tive [Covid] — disse.

Ao final da entrevista, ao saber que estava sendo transmitida ao vivo por emissoras de TV, o presidente concluiu:

— Nos solidarizamos com parentes de quem perdeu vida pelo vírus, mas é a vida.

Antes, Bolsonaro voltou a defender a retomada da atividade econômica e destacou reunião virtual realizada com 200 empresários da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Frijan)

— Temos o problema do desemprego, bastante grave. Hoje fiz uma videoconferência com mais de 200 empresários no Rio de Janeiro (…) O próprio pessoal da Firjan hoje disse que tem que ser retomado — disse

Bolsonaro disse que já havia discutido o assunto com a Fiesp, e também levou ao Ministério da Saúde pedido para estudar um parecer para liberação de campeonatos de futebol com portões fechados.

— Apertaram demais (a quarentena), o problema está aí, a gente sabe que viria. É igual uma chuva, você vai se molhar, tem que proteger da chuva os mais fracos, os mais idosos, para não virar pneumonia, gripe – defendeu.