À frente, Biden chama de ‘ultraje’ fala de Trump declarando vitória
Diretora da campanha de Joe Biden chamou Donald Trump de "sem precedentes e incorreto" e ameaçou ir à Suprema Corte
A primeira noite da apuração da eleição presidencial nos Estados Unidos, encerrada na terça-feira, terminou em risco de crise institucional depois que o presidente Donald Trump fez um pronunciamento pouco depois das 4h em que se proclamou vencedor e disse que vai à Suprema Corte para parar a contagem dos votos enviados pelo correio, sugerindo que as pessoas estariam votando depois do prazo, o que não é verdade.
A campanha do seu rival, Joe Biden, chamou a atitude do presidente de “ultrajante”. Pouco antes das 3h, Biden havia feito um pronunciamento em que disse que estava no caminho da vitória e que era preciso esperar a contagem de todos os votos.
Ao mesmo tempo, Trump afirmou no Twitter que estavam “tentando roubar” a eleição, referindo-se, aparentemente, aos votos postais que, segundo a legislação de vários estados, serão contados mesmo se chegarem às autoridades eleitorais estaduais depois de 3 de novembro, quando a eleição foi encerrada.
Os resultados já contabilizados da eleição indicam uma disputa mais acirrada do que o previsto, que pode demorar para ser definida. Você pode acompanhar aqui o resultado no Colégio Eleitoral, onde o presidente dos EUA é eleito indiretamente. Para ser eleito, o candidato precisa conquistar 270 dos 538 votos no Colégio Eleitoral.
Todos os resultados são, por enquanto, baseados em projeções dos principais meios de comunicação americanos — como nos EUA cada estado tem as próprias regras eleitorais, não há um órgão nacional que centralize a apuração dos votos.
Biden bate recorde e ultrapassa 70 milhões de votos
O democrata Joe Biden ultrapassou, na manhã desta quarta, a marca de 70 milhões de votos absolutos, sendo o primeiro candidato à Presidência dos EUA a fazê-lo. O recorde anterior, de 69,4 milhões de votos, havia sido obtido por Barack Obama em 2008, na eleição contra John McCain.
Biden chama de ‘ultraje’ declaração de Trump
A diretora da campanha de Biden Jennifer O’Malley Dillon, chamou de “ultrajante, sem precedentes e incorreto” o discurso em que Trump se declarou vencedor e ameaçou ir à Suprema Corte para parar contagem dos votos pelo correio. As declarações, ela disse são um “esforço descarado para tirar os direitos democráticos dos cidadãos americanos”.
— Se o presidente cumprir sua ameaça de ir ao tribunal para tentar impedir a tabulação apropriada dos votos, nós temos equipes jurídicas de prontidão e preparadas para serem enviadas e resistirem a esses esforços — afirmou.
Biden passa Trump em Wisconsin
O estado de Wisconsin, um dos pais disputados da noite, divulgou uma nova leva de votos apurados que põe Joe Biden na frente de Donald Trump. No momento, o democrata tem 1.551.268 votos, 49,39% do total, e o republicano, 1.549.127, ou 49,12%.
Maine: Biden é o vencedor, aponta Associated Press
Projeções mostram que o democrata levou os dois votos no Colegio Eleitoral por ter vencido na contagem geral do estado e mais um voto pela vitoria no distrito eleitoral 1. O distrito eleitoral 2 ainda não teve seus resultados divulgados. Por enquanto, Biden repete o desempenho de Hillary Clinton na área.
Associated Press afirma que Biden venceu no Arizona
Democrata é apontado como vencedor em estado conqustado por Trump em 2016 e que, de certa forma, ameniza um pouco as perdas entre o público latino depois dos resultados na Flórida. Ao todo, são onze votos no Colégio Eleitoral.
‘Nós vencemos essa eleição’ afirma Trump
Em um pronunciamento na Casa Branca, pouco depois das 4h, Trump falsamente se declarou vitorioso na eleição e disse que “um grupo triste de pessoas” estava tentando suprimir a vontade de boa parte dos americanos.
Mesmo aliados do presidente Trump fizeram críticas à declaração de vitória com a apuração ainda em andamento. Chris Christie, ex-governador de Nova Jersey e aliado do presidente, disse que “foi uma má decisão estratégica” neste momento.
Surpresa na Geórgia?
O ponteiro de previsão eleitoral do New York Times mudou sua análise para a Geórgia há pouco mais de uma hora e atualmente indica uma ligeira vantagem para Biden no estado, atualmente de 59%. O estatístico-chefe do jornal, Nate Cohn, foi ao Twitter, onde explicou que muitos votos ainda não contados são de Atlanta, cidade fortemente negra e democrata, o que é especialmente positivo para Biden.
“Um fator importante na Geórgia: muitos dos votos restantes na área de Atlanta são votos antecipados e por carta, o que é especialmente bom para Biden. Uma reversão do que temos visto em quase todos os outros lugares [do estado].”
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