A secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, afirmou nesta sexta-feira que o Programa de Austeridade pelo Crescimento do Estado de Goiás tem como principal objetivo garantir os recursos para a intensificação dos investimentos capazes de promover o desenvolvimento econômico com geração de emprego. “Estado não pode chegar ao final do mês só com recursos para pagar a folha e a dívida”, e que “é necessário investir, ter dinheiro para fazer a economia crescer e gerar empregos”, afirma, em entrevista de duas páginas na edição desta sexta-feira (16), no jornal O Hoje.
Ana Carla destacou a importância do Programa de Ajuste Fiscal de 2014 para que Goiás conseguisse evitar o colapso financeiro vivido por outros Estados. Após essas medidas, consideradas como “correção de rota”, pela secretária, o passo agora é criar condições para que o Estado possa fazer investimentos que beneficiem a população, que é o objetivo do Programa de Austeridade pelo Crescimento. Ao fazer um balanço dos dois anos à frente da Sefaz, Ana Carla falou sobre a arrecadação, as contas públicas e a venda da Celg.
Para o ano que vem, Ana Carla afirma os esforços têm sido intensificados para que haja recursos para investimentos, o que resultará em crescimento da economia e geração de empregos. Ela enfatizou, ainda, a atuação do governador nos primeiros sinais da crise financeira, que foi intensificada no ano passado. “E se o governador Marconi Perillo não tivesse tomado as medidas que ele tomou o que teria acontecido? A gente não saberia? Claro que sim, a gente sabe, o mesmo que aconteceu com o Rio de Janeiro”.
Reequilíbrio fiscal
Em relação ao fechamento das contas, Ana Carla acredita que Goiás alcançará o mais forte reequilíbrio em todo o País. “Agora em 2016 a expectativa é de um superávit primário superior a R$ 4 milhões, e do ponto de vista orçamentário a gente deve fechar com cerca de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões de déficit. Esse número é o comparado ao R$ 1,8 bilhão do ano passado e R$ 7 bilhões do começo do ano passado, então estamos falando de reequilíbrio fiscal muito significativo”, destacou lembrando que a primeira coisa que o governador pediu, quando ela assumiu a Sefaz, foi uma revisão geral do orçamento para que fizesse um orçamento real para dar sequência às ações para o enfrentamento da crise, iniciadas no final de 2014 pelo governo.
As medidas tomadas até agora foram consideradas pela secretária como “correção de rota” para, diante da crise, “segurar as despesas para evitar situação como a do Rio de Janeiro”. Com o Programa de Austeridade pelo Crescimento apresentado pelo governador Marconi Perillo, Ana Carla avalia que “é um processo de consolidação deste movimento, que não tem mais como objetivo evitar o colapso e sim criar condições de investimento no estado e da normalização de todas as suas despesas”, enfatizou.
Questionada sobre as reações da oposição ao Programa referentes às medidas voltadas para o funcionalismo, a secretária afirmou que “o governador está sempre aberto ao diálogo”, destacando a importância de evitar o crescimento vegetativo da folha que tem “impedido que o Estado pague a data-base, como forma de se dar um tratamento mais isonômico para o servidor público de uma maneira geral”. Nesse sentido, Ana Carla disse que o “secretário Joaquim Mesquita (da Secretaria de Planejamento) tem feito um trabalho absolutamente fantástico de mapeamento dos planos de cargos e salários. E a gente percebe que há distorções em que o servidor tem toda a razão em ir lá e pedir uma revisão do seu cargo e salário”.
Celg
Ana Carla considera que a venda da Celg “é o legado mais concreto que o Governo de Goiás vai deixar para os goianos”, se referindo ao período dos dois anos em que ela participou do governo. Segundo ela ganham a economia goiana, o consumidor e o Estado. “Por mais polêmica que a discussão ideológica seja, nós temos aí um grupo global que se instala em Goiás, comprando uma empresa e vai colocar nela 8 bilhões de reais, em um momento que a economia nacional está derretendo e a crise política continua pairando sobre as nossas cabeças. Do ponto de vista do consumidor, ele terá uma empresa que funciona e que investe na melhoria do serviço prestado. Por último, e não menos importante, Goiás recebe aí cerca de R$ 1 bilhão para fazer investimentos e alavancar recursos”, avaliou.
Ao final da entrevista, respondendo a uma pergunta sobre a relevante atuação do governador em movimentos que dizem respeito à defesa dos Estados do Centro-Oeste, Ana Carla afirmou que “o governador é uma liderança absolutamente diferenciada. Eu falo isso com muita tranquilidade, porque antes eu não o conhecia”, afirmou explicando que chegou em Goiás em janeiro de 2015 depois de ter passado 30 anos fora de Goiás e fora do cenário político.