Consumidor

Aneel limita dividendo da Enel Goiás por descumprimento de indicador de qualidade

Segundo a agência, a empresa compensou em mais de R$ 126 milhões os consumidores afetados no biênio 2017 e 2018

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou em nota que decidiu restringir a distribuição de dividendos da Enel Goiás por descumprimento de indicadores de qualidade. Segundo a agência, a empresa compensou em mais de R$ 126 milhões os consumidores afetados no biênio 2017 e 2018.

A Enel Goiás atende 3 milhões de unidades consumidoras em 237 municípios do Estado e o serviço de distribuição de energia elétrica prestado pela empresa tem gerado reclamações. Além da Aneel, o assunto também está no radar do Ministério de Minas e Energia (MME).

Na quarta-feira a Pasta participou de reunião com o Ministério da Economia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, para discutir a segurança e a qualidade do serviço entregue pela empresa.

A distribuidora goiana faz parte do grupo de concessões contempladas no Plano de Resultados da Aneel, que prevê ações para reversão das deficiências na qualidade do serviço, com foco nos critérios de continuidade do serviço, investimentos, atendimento comercial e satisfação do consumidor.

De acordo com a agência, o diretor Rodrigo Limp participou ontem de reunião no MME para avaliar a situação da distribuidora. Além disso, a Aneel realizará encontro em Brasília com a presidência do grupo Enel para discutir medidas emergenciais para melhoria da qualidade do serviço prestado.

Comitiva em Goiás 

Nesta quinta-feira (14), a diretoria da Aneel veio a Goiânia para discutir a situação do fornecimento de energia pela Enel Goiás em audiência pública na Federação das Indústrias de Goiás (Fieg). Na ocasião, o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi,  ressaltou as dificuldades dos pequenos e médios comerciantes do interior e da periferia da capital que ficam até dois dias sem eletricidade, e chegou a afirmar que “o goiano está com saudade da Celg”.

Presidente da Fecomércio, Marcelo Baichi, ressaltou prejuízo sofrido pelos empresários | Foto: Silvio Simões/Fecomércio

Marcelo ainda criticou a exigência da Enel de fazer o comerciário pagar pela extensão de rede elétrica e por direcionar algumas ligações de energia para uma empresa do mesmo grupo da concessionária. “Precisamos de profissionalismo, agilidade e segurança jurídica “, resumiu.

Os diretores da Aneel admitiram que o serviço está aquém da necessidade da população e disseram que vão tomar medidas de curto prazo para minorar os problemas.