Após 12 anos em Goiás, Unilever volta para Minas Gerais

Após 12 anos em Goiás, a multinacional Unilever deixará a cidade de Goiânia e voltará para o município de Pouso Alegre, em Minas Gerais. Nesta semana, a empresa anunciou o investimento de R$ 127 milhões na expansão da fábrica na cidade mineira.

A Unilever deixou o município mineiro em 2006, sendo uma das pioneiras a contar com os incentivos do Estado de Goiás. Segundo dados do governo estadual, desde 1987, através do Programa Fomentar, a empresa tem garantida a prorrogação do pagamento de 70% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com prazo de fruição dos benefícios até o ano de 2020.

Um dos principais motivos da migração foi o oferecimento de benefícios fiscais por parte do estado vizinho. De acordo com o jornal Valor Econômico, a multinacional terá isenção de tributos como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por cinco anos, do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e de taxas de fiscalização sobre as obras.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, essa é uma perda enorme para o estado goiano, já que a indústria é uma das maiores arrecadadoras de ICMS. “Além de prejudicar a arrecadação fiscal, a saída da empresa impacta na geração de empregos, ou seja, é ruim tanto economicamente quanto socialmente”, disse.

O presidente acredita ainda que a saída de uma grande empresa como a Unilever pode ser um inibidor de novos investimentos em Goiás. “O governo não pode ficar de braços cruzados diante dessa situação. É preciso conversar e ver se algo pode ser feito para manter a multinacional em terras goianas”, concluiu.

Por nota, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Sed) disse que a empresa não procurou o Governo do Estado para pedir prorrogação de incentivos, nem mesmo para comunicar oficialmente que está deixando Goiás.

“O Governo lamenta muito a saída da empresa do estado. Goiás vai perder muito em arrecadação com a saída da Unilever, com a perda da geração de empregos, e com a menor circulação de riquezas que a empresa proporciona na economia goiana”, diz a nota.

A Sed disse ainda que os dados sobre a arrecadação não podem ser divulgados pois são de sigilo fiscal, mas que o Governo do Estado têm trabalhado para atrair novos investimentos para Goiás.  “Recentemente, o governador José Eliton encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de lei convalidando os incentivos fiscais concedidos pelo Governo às indústrias aqui instaladas. Isso garante mais segurança aos investidores e reafirma o interesse de Goiás nas parcerias alinhadas com o desenvolvimento do Estado”, diz o texto.