Após proibição do amianto no Brasil, Eternit pede recuperação judicial
Segundo a empresa, o pedido pretende atender aos interesses de todas as sociedades que integram o grupo, a fim de preservar a continuidade de suas atividade
A Eternit, maior fabricante de telhas e caixas d’água de amianto no Brasil, publicou na segunda-feira um pedido de recuperação judicial na comarca de São Paulo. Segundo a empresa, o pedido pretende atender aos interesses de todas as sociedades que integram o grupo Eternit, a fim de preservar a continuidade de suas atividades.
O pedido acontece em meio às restrições à produção de amianto, fibra considerada cancerígena pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desdo o ano passado, a companhia vem enfrentando diversos reveses em relação ao uso do material, com processos jurídicos decorrentes da extração, industrialização e utilização de amianto impactando suas operações e dificultando novas linhas de crédito.
Além disso, a deterioração dos fundamentos econômicos acabou afetando seus negócios, disse a empresa.
“A persistente deterioração dos fundamentos da economia afetaram drasticamente os setores de construção civil e louças sanitárias, justamente os mercados atendidos pelo Grupo Eternit”, escreveu Rodrigo Lopes da Luz, diretor de Relações com Investidores.
Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a produção e o uso de qualquer tipo de amianto no Brasil. Antes, ainda eram permitidas a extração e a comercialização do amianto do tipo crisotila, desde que fossem observadas normas de segurança. Em agosto, a Eternit já havia sido condenada a pagar R$ 500 milhões por danos morais coletivos pela Justiça Federal da Bahia e indenizar em R$ 150 mil moradores dessas cidades que comprovarem que adoeceram por causa da exposição ao amianto.