Ataque terrorista deixa 69 mortos no Norte da Nigéria
Dissidência do Boko Haram é acusada de massacre em aldeia no estado de Borno, onde há grande atividade de grupos extremistas
Integrantes de uma dissidência do grupo extremista Boko Haram protagonizaram um massacre no Norte da Nigéria, deixando 69 mortos em um ataque contra uma aldeia no conturbado estado de Borno, nesta terça-feira.
Segundo testemunhas, os homens do autointitulado Estado Islâmico da Província da África Ocidental chegaram em carros e motos, e começaram a disparar contra os moradores da vila de Faduma Koloran, além de roubar cerca de 1,2 mil cabeças de gado e camelos.
Representantes de uma milícia regional acreditam que o ataque foi motivado pelas suspeitas dos extremistas de que a população estaria fornecendo informações sobre as ações do grupo à polícia e às Forças Armadas. Recentemente, a milícia matou integrantes do grupo, o que também teria motivado a ação.
Ataques similares ocorreram no passado, mas desta vez, segundo os agentes de segurança, a aldeia foi pega de surpresa.
Ativo na Nigéria desde o final da década passada, então sob o comando de Abubakr Shekau, o Boko Haram foi responsável por uma violenta insurgência na Nigéria, com milhares de mortos, além de ser responsável por sequestros como o das 300 meninas da vila de Chibok, em 2014, e pela fuga de milhões de pessoas em áreas de combate.
Em 2015, Shekau se aliou ao grupo Estado Islâmico, que na época estava em plena expansão não apenas no Iraque e na Síria, mas também obtendo aliados na África. Contudo, Shekau foi afastado no ano seguinte, por discordâncias com as lideranças do grupo, dando origem a duas milícias: o Estado Islâmico da Província da África Ocidental, considerado “representante de fato”, e o Boko Haram, conhecido localmente como Grupo das Pessoas da Sunnah pela Pregação e Jihad, liderado por Shekau. Curiosamente, ele ainda se diz aliado ao Estado Islâmico.