REFLEXOS

Aumento do preço dos combustíveis reduz vendas dos postos, diz Sindicato

Em entrevista à rádio Sagres, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de…

Em entrevista à rádio Sagres, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, disse que os constantes aumentos no preço dos combustíveis reduziram as vendas nos postos. “Em relação a 2019, os postos estão vendendo em torno de 10% a 15% menos do que o período pré-pandemia”, declarou nesta terça-feira (26).

Ainda segundo o sindicalista, os postos precisam fazer um aporte financeiro a cada aumento para manterem os estoques disponíveis para o consumidor. “Isso vem penalizando o dono do posto”, afirma.

Em Goiânia, na segunda-feira (25) – dia que a Petrobras anunciou um novo reajuste no combustível -, os goianienses correram para abastecer o carro antes do aumento começar a valer. Postos da capital seguraram os preços e viram grandes filas se formarem.

Na Vila Rosa, dezenas de condutores faziam fila em um posto para colocar gasolina no valor de R$ 6,89, por exemplo. Contudo, mesmo antes do reajuste já era possível encontrar o combustível a R$ 7,27, na cidade.

Gasolina sobe 7% e o diesel 9,1%

Com os novos reajustes, a gasolina subirá 7% e o diesel, 9,1%. Segundo a estatal, os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio.

O litro de gasolina vendido pelas refinarias custará R$ 3,19, ou seja, R$ 0,21 a mais. Já o litro do diesel sairá por R$ 3,34, alta de R$ 0,28. É o segundo reajuste em menos de um mês.

O preço da gasolina foi reajustado pela última vez no dia 9 de outubro. No caso do diesel, a última alta foi em 29 de setembro.

Vale citar, a Petrobras já aumentou o preço do diesel em 50% em suas refinarias. Nas bombas, a alta acumulada é de 30%. Já a gasolina acumula alta de cerca de 51%.

Por que é tão recorrente este reajuste?

Os reajustes ocorrem com frequência desde 2016. Isto, porque a política de preços na Petrobras mudou com a gestão de Michel Temer (MDB), que passou a adotar o preço de paridade de importação (PPI).

Ressalta-se, o Brasil adotou o PPI, sistema da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em 2016, quando Pedro Parente presidia a Petrobras. O modelo, como o nome diz, segue a paridade internacional de preços dos combustíveis, conforme explica o economista Aurélio Troncoso, coordenador do centro de pesquisa de mestrado da UniAlfa.

Segundo ele, os valores estão ligados diretamente ao câmbio (dólar) e ao barril de petróleo. E a Opep faz uma média mundial de preço entre os maiores exportadores. Na segunda-feira, o barril do petróleo é cerca de US$ 85.

Inclusive, Aurélio explica que o dólar do Brasil – neste momento a quase R$ 5,60 – puxa a média para cima. Na análise do economista, outros países contribuem para que o valor não seja mais alto. “Ou seja, outros países estão nos ajudando.”

Por que PPI?

Sobre o PPI, Aurélio Troncoso informa que a Opep criou essa linha e os países optaram por ela, inclusive o Brasil. “Como a Petrobras é uma empresa de capital misto, por meio de uma assembleia esse modelo foi a escolha – mesmo o governo sendo o maior acionista.”

Inclusive, para ele, o governo cedeu a esse modelo, justamente, para valorizar a Petrobras.