Biden anuncia retorno dos EUA ao Acordo de Paris e à OMS; veja as medidas
Entre as principais medidas que serão assinadas após a posse estão parar a construção do muro na fronteira com o México
A equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (20), horas antes de sua posse, que ele assinará decretos para reverter políticas que marcaram a gestão de seu antecessor Donald Trump.
Entre as principais, estão o retorno do país ao Acordo de Paris sobre o clima, a anulação da decisão de deixar a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a interrupção da construção do muro na fronteira com o México.
Em maio, Trump informou que o país rompeu com a OMS e fez várias críticas à forma como o órgão vinha lidando com a pandemia de covid-19 e também atacou a maneira como a entidade lidou com o papel da China na questão do vírus. Biden quer reverter a decisão e Anthony Fauci, maior especialistas do governo em doenças infecciosa, liderará a Delegação dos EUA no órgão.
Pandemia
Biden também tomará as primeiras medidas de seu governo para lidar com a pandemia do novo coronavírus, entre elas tornar obrigatório o uso de máscara em propriedade federal e instalar um coordenador de resposta à covid-19 para supervisionar os esforços da Casa Branca para distribuir vacinas e suprimentos médicos.
Os Estados Unidos são o país mais atingido pela doença com mais de 24 milhões de casos registrados e 401.777 mortes, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
Acordo de Paris
Em 4 de novembro do ano passado, enquanto os americanos ainda aguardavam o resultado das eleições, os Estados Unidos abandonaram oficialmente o Acordo de Paris sobre o clima.
A saída do país do tratado havia sido anunciada há mais de três anos por Trump. Biden já havia prometido que reintegraria o país ao acordo em caso de vitória nas urnas.
Internacional
O novo presidente também vai desfazer algumas duras medidas de seu antecessor em relação à imigração, acabando com a proibição de viagens de alguns países de maioria muçulmana.
Economia
Na economia, Biden irá prorrogar a moratória nacional existente sobre despejos e execuções hipotecárias até pelo menos 31 de março.
Ele também irá estender a pausa existente nos pagamentos de empréstimos estudantis até pelo menos 30 de setembro.
Posse sob forte esquema de segurança
Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, a ameaça interna de ataques resulta em um esquema inédito de segurança para a posse de um presidente – de modo a isolar completamente a cerimônia do público.
O primeiro discurso de Biden no cargo será focado no combate ao coronavírus, na recuperação da pandemia e na reconciliação dos americanos.
O esforço pela pacificação do país acontece em meio a uma polarização política que ultrapassou os limites na noite de 6 de janeiro, com a invasão da sede do Legislativo por manifestantes fiéis a Trump, que não reconhecem a vitória do democrata e ameaçaram impedir a posse.
O resultado é que o evento acontece sob a proteção de 25 mil homens e mulheres da Guarda Nacional e um verdadeiro aparato de guerra, com caminhões militares, blindados, barreiras e grades bloqueando todos os acessos ao National Mall – onde estão o Congresso e a Casa Branca.
No lugar de 200 mil espectadores e convidados que costumavam apreciar a cerimônia nacional nos anos anteriores, 200 mil bandeiras americanas estão cravadas nos gramados do local.
* Com informações da AFP e RFI