Brasil perderá posição no ranking de energia limpa
Com a terceira maior capacidade instalada de geração de energia de fontes renováveis do mundo,…
Com a terceira maior capacidade instalada de geração de energia de fontes renováveis do mundo, o Brasil, que hoje só fica atrás de China e EUA, vai perder a medalha de bronze no ranking das economias que mais investem em hidrelétricas, placas solares e parques eólicos. Segundo um estudo da Agência Internacional de Energia (AIE), o país deverá passar para a quinta posição, ultrapassado por Índia e Alemanha em 2023.
Nos próximos cinco anos, a capacidade instalada de energia renovável no Brasil vai crescer 15 gigawatts (GW), passando de 134 GW para 149 GW. Segundo a consultoria Safira, 1 GW é capaz de abastecer 1,5 milhão de pessoas, o equivalente a uma cidade do tamanho de Porto Alegre. Segundo a AIE, o avanço será puxado, principalmente, por pequenas centrais hidrelétricas, com 8 GW novos, parques eólicos (6 GW), plantas solares (5GW) e biomassa (2 GW).
Para especialistas, embora o Brasil tenha uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com cerca de 80% de fontes renováveis, é preciso acelerar os investimentos para a retomada do crescimento da economia. A previsão da AIE é de uma alta de 2% ao ano na demanda por eletricidade no país.
Bruno Carrara, do Barros Pimentel Advogados, avalia que o menor ritmo de expansão no Brasil, em comparação com outras nações, está ligado ao baixo crescimento do país. Para ele, o governo deveria incentivar mais projetos para garantir maior oferta de energia barata no momento de retomada da atividade econômica:
— O governo tem feito leilões, mas esse esforço poderia ser maior.
Eólica no mar em 2022
Os candidatos à Presidência têm visões diferentes sobre o setor. Jair Bolsonaro (PSL) pretende investir em hidrelétricas de grande porte e retirar subsídios às matrizes eólica e solar. Já Fernando Haddad (PT) quer manter incentivos à geração a partir do sol e do vento, mas prefere hidrelétricas sem grandes reservatórios.
Segundo Marcelo Laterman, especialista em energia do Greenpeace, com a crise hídrica que afetou o nível dos reservatórios de hidrelétricas recentemente, a fonte termelétrica, mais cara e poluente, foi a que mais avançou. O impacto aparece na conta de luz:
— Estamos remediando falta de água com termelétricas a gás, carvão e diesel. Temos que diversificar nossa matriz.