Caiado e governadores dizem que ICMS não é culpado por alta do combustível
Segundo 20 gestores estaduais, aumento se trata de problema nacional
Vinte governadores, inclusive Ronaldo Caiado (DEM), assinaram nota sobre o preço dos combustíveis. No texto, eles negam que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – um imposto estadual – é responsável pela o aumento, e afirmam que se trata de um problema nacional.
“Os governadores dos entes federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período“, inicia a nota.
E ainda: “Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema.”
Vale lembrar, o presidente Bolsonaro (sem partido) tem reiteradamente colocado a culpa nos Estados pelo aumento do preço dos combustíveis.
Além de Caiado, a nota é assinada por: Rui Costa (Bahia); Cláudio Castro (Rio de Janeiro); Flávio Dino (Maranhã); Helder Barbalho (Pará); Paulo Câmara (Pernambuco); João Doria (São Paulo); Romeu Zema (Minas Gerais); Mauro Mendes (Mato Grosso); Eduardo Leite (Rio Grande do Sul); Camilo Santana (Ceará); João Azevêdo (Paraíba); Renato Casagrande (Espírito Santo); Wellington Dias (Piauí); Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte); Renan Filho (Alagoas); Belivaldo Chagas (Sergipe); Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul); Ibaneis Rocha (Distrito Federal); e Waldez Góes (Amapá).
O documento é datado de 19 de setembro.
Confira a nota de Caiado e dos governadores sobre o preço dos combustíveis e o ICMS:
Bolsonaro critica Caiado por ICMS
Vale lembrar, o presidente Bolsonaro (sem partido), disse no último dia 2, que os governadores não querem perder receita, em referência ao aumento no preço dos combustíveis e que a cobrança do ICMS é decidida “entre amigos”. Afirmação foi feita para apoiadores no Palácio da Alvorada, onde o presidente chegou a falar sobre dois governadores em específico.
“Não vou falar o nome, estão mentindo, falando que estou mentindo. Fala grosso o cara: ‘Tá 32% o preço fixo’. Mas ele não fala que 30% é em cima do valor total na bomba, e tinha que ser em cima do preço da usina”, disse Bolsonaro.
A alíquota do ICMS em Goiás é de 30%. Mas, Bolsonaro volta a dizer para seus apoiadores que o valor correto seria 32%. “Eu repito aqui o problema é o ICMS. Vieram dois governadores agora dizer que estou mentindo porque o ICMS é 32% e não mudou nada. Não mudou, mas a Constituição manda botar um valor fixo”, reforçou.
A fala do presidente veio após o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), publicar em sua conta no Twitter sobre o papel do ICMS no preço dos combustíveis.
“O aumento da gasolina nunca foi culpa do Estado, porque o reajuste é feito pela Petrobrás, seguindo o valor do dólar”, publicou em 30 de agosto. “A alíquota que é cobrada em Goiás é a mesma desde 2016. Não fizemos nenhum reajuste. O imposto é o mesmo do ano passado, por exemplo, em que a gasolina custava até menos de R$ 4,00″, escreveu o governador, sem citar o nome do presidente ou o governo federal.