Pandemia

Casos de coronavírus no mundo superam os 2 milhões

Desde as primeiras notificações, no final de dezembro, a Covid-19 foi registrada em 193 países e territórios; Brasil tem 23.430 casos confirmados e 1.328 mortes

A chamada de Covid-19, o número de infecções pelo novo coronavírus chegou nesta segunda-feira a dois milhões em todo o mundo. (Foto: Scott Heins / AFP)

Pouco mais de quatro meses depois das primeiras notificações da doença respiratória que, mais tarde, seria chamada de Covid-19, o número de infecções pelo novo coronavírus chegou nesta segunda-feira a dois milhões em todo o mundo. No Brasil, o Ministerio da Saúde tem 23.430 casos confirmados e 1.328 mortes, mas pesquisadores de um projeto que reúne várias universidades do país dizem que o número real pode superar os 225 mil.

Segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, mais de um quarto das notificações vem dos EUA, 682 mil, sendo que a maior parte dos estados de Nova York (195 mil) e Nova Jersey (68 mil), locais onde há sinais de que as medidas de distanciamento social estão funcionando, apesar do grande número de novos casos e, tragicamente, de mortos.

Os números da Johns Hopkins mostram 119 mil óbitos relacionados à Covid-19 em todo o mundo, com destaque para os EUA (23 mil), Itália (20 mil), Espanha (17 mil), França (14 mil) e Reino Unido (11 mil). Vale destacar que os países europeus se encontram, pelo menos em tese, mais próximos do chamado “pico de infecções”, com alguns deles registrando quedas no número de novos casos, internações e mortes, o que não significa que a vida esteja perto de voltar ao normal. Nesta segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, estendeu a quarentena até o dia 11 de maio, reconhecendo que houve erros no enfrentamento da crise.

— O momento, sejamos honestos, revelou falhas. Mas desde o momento em que estes problemas foram identificados, nos mobilizamos. Uma produção de guerra foi estabelecida — disse em pronunciamento.

Longe da normalidade

Por outro lado, a Espanha, que foi criticada pela demora em adotar ações de distanciamento social e tem hoje o segundo maior número de infectados do mundo, começou a aliviar algumas das restrições. Retornam ao trabalho aqueles que não podem fazê-lo remotamente: o setor industrial, de construção, escritórios como os de advocacia, trabalhadores domésticos, entre outros, mas seguindo recomendações sanitárias.

Em locais onde o número de casos ainda está em ascensão, como na América Latina, sistemas de saúde já precários são colocados em situações extremas, como no Equador, onde os mortos são abandonados nas ruas e o Exército precisou buscar quase 700 corpos de pessoas que faleceram em casa. Na Argentina, onde o governo adotou uma postura incisiva, cidades como Buenos Aires impuseram, além das medidas de quarentena, a obrigatoriedade do uso de máscaras: na capital, quem descumprir a regra pode receber multa equivalente a R$ 6,2 mil.

Além da dificuldade de manter o distanciamento social, uma medida que mostra resultados mas que enfrenta questionamentos de alguns setores econômicos e, em casos isolados, políticos, a China é um exemplo de como deixar o confinamento e retomar a vida normal não é exatamente uma tarefa das mais simples. As autoridades seguem controlando as viagens internas e, especialmente, externas. O temor, no caso, é de uma segunda onda de infecções. Nesta segunda-feira, o país registrou o maior número de casos em quase seis semanas, 108, quase todos “importados” de outros países, especialmente a Rússia.