Cerca de 1,5 milhão de pessoas trabalham por aplicativos no País; 32 mil em Goiás
Número representa 1,7% da população que atua no setor privado
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada nesta quarta-feira (25), mostra que o País tinha, no quatro trimestre de 2022, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores por aplicativo de serviço, como motoristas, entregadores de comida e outros profissionais. O levantamento informa que são 103 mil só no Centro-Oeste, sendo 32 mil em Goiás.
O dado total do País corresponde a 1,7% da população ocupada no setor privado (87,2 milhões). Além disso, o levantamento informa que prevalecem os motoristas homens, de 25 a 39 anos, e com ensino médio completo ou superior incompleto na modalidade trabalhadores de aplicativos de serviços.
Em detalhes, a pesquisa informa que “52,2% (ou 778 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, em ao menos um dos dois tipos listados (de táxi ou não)”. Além disso, “39,5% (ou 589 mil) eram trabalhadores de aplicativos de entrega de comida, produtos etc., enquanto os trabalhadores de aplicativos de prestação de serviços somavam 13,2% (197 mil)”.
Outros dados informam que os trabalhadores plataformizados do sexo masculino somavam 81,3%, sendo 61,3% aqueles com nível médio completo ou superior incompleto (61,3%). Sobre período de trabalho, os plataformizados atuavam mais horas por semana em relação a outros da iniciativa privada (46 horas contra 39,6 horas), além de ter menos contribuindo para a previdência (35,7% contra 60,8%).
Da mesma forma, o rendimento dos plataformizados eram menor na média que o dos não plataformizados: R$ 4,3 mil contra R$ 5,3 mil. “Frente aos não plataformizados na atividade, os motociclistas de entrega por aplicativo tinham menor rendimento (R$ 1.784 x R$ 2.210), menor proporção de contribuintes para previdência (22,3% x 39,8%) e trabalhavam mais horas semanais (47,6h x 42,8h).” A informalidade dos plataformizados também era maior que dos ocupados do setor privado. 70,1% para o primeiro contra 44,2% do segundo.
Confira o resumo do IBGE sobre a pesquisa:
- Em 2022, o Brasil tinha 1,5 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, o equivalente a 1,7% da população ocupada no setor privado.
- Desse total, 52,2% (ou 778 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, em ao menos um dos dois tipos listados (de táxi ou não).
- Já 39,5% (ou 589 mil) eram trabalhadores de aplicativos de entrega de comida, produtos etc., enquanto os trabalhadores de aplicativos de prestação de serviços somavam 13,2% (197 mil).
- A proporção de trabalhadores plataformizados do sexo masculino (81,3%) era muito maior que a dos trabalhadores ocupados no setor privado (59,1%).
- Os plataformizados concentravam-se nos níveis intermediários de escolaridade, principalmente no nível médio completo ou superior incompleto (61,3%).
- Cerca de 77,1% dos ocupados plataformizados são trabalhadores por conta própria e 9,3% são empregados do setor privado sem carteira assinada.
- No 4º trimestre de 2022, em comparação ao total de ocupados no setor privado, os plataformizados trabalhavam mais horas semanais (46h x 39,6h) e contavam com menos trabalhadores contribuindo para previdência (35,7% x 60,8%).
- O rendimento médio dos trabalhadores por plataformas digitais com nível superior (R$ 4.319) era menor que o dos ocupados não plataformizados com a mesma escolaridade (R$ 5.348).
- Frente aos não plataformizados na atividade, os motociclistas de entrega por aplicativo tinham menor rendimento (R$ 1.784 x R$ 2.210), menor proporção de contribuintes para previdência (22,3% x 39,8%) e trabalhavam mais horas semanais (47,6h x 42,8h).
- Enquanto 44,2% dos ocupados no setor privado estavam na informalidade, entre os trabalhadores plataformizados esse percentual era de 70,1%.
- Os motoristas de aplicativos de transporte de passageiros (exclusive táxi) e os entregadores por aplicativos tinham alto grau de dependência das plataformas: 97,3% e 84,3%, respectivamente, afirmaram ser o aplicativo que determinava o valor a ser recebido por cada tarefa realizada e para 87,2% e 85,3%, respectivamente, o aplicativo determinava os clientes a serem atendidos.
- Os dados são do inédito módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). As estatísticas são experimentais, ou seja, estão em fase de teste e sob avaliação.