Colômbia tem madrugada marcada por protestos e manifestantes falam em ‘massacre’
Protestos tiveram início após discussão da implantação de uma reforma tributária no país, defendida pelo presidente
A dura resposta do governo colombiano aos protestos contra um projeto de reforma tributária ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais na madrugada desta terça-feira, 4. Os termos “Colômbia” e “#SOSColombia“ chegaram aos trending topics do Twitter, conforme usuários compartilhavam cenas de violência policial nas ruas de Bogotá, capital do país.
Um dos vídeos, compartilhado pelo jornalista americano Dan Cohen, mostra um policial executando um civil que caminhava pela calçada. Outros usuários denunciaram brutalidade policial contra manifestantes, e acusaram o governo de estar promovendo um “massacre” no país.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, defende que a reforma tributária é necessária para “dar estabilidade fiscal ao país, proteger os programas sociais dos mais vulneráveis e gerar condições de crescimento depois dos efeitos provocados pela pandemia de covid-19”.
A apresentação da proposta ao Congresso, porém, desencadeou uma série de protestos violentos a partir da última quarta-feira, dia 28 de abril. Entre os pontos controversos do projeto estão o aumento do imposto sobre serviços e mercadorias e a ampliação da base de contribuintes com o Imposto de Renda. Críticos ao governo consideram que Duque estaria sacrificando a classe média em plena pandemia.
Pressionado, o presidente reformulou o projeto e pediu ao Parlamento, na segunda-feira, 3, que retirasse da reforma os pontos que mais desagradam à população. O anúncio não foi suficiente para acalmar os manifestantes, que continuaram nas ruas.
Também na segunda-feira, o ministro da Fazenda colombiano, Alberto Carrasquilla, renunciou ao cargo alegando que “sua continuidade no governo dificultaria a construção dos consensos necessários para levar a reforma adiante”. Os protestos já deixaram no mínimo 20 mortos e centenas de feridos.